Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: As consequências da biopirataria no Brasil

Redação enviada em 10/08/2018

As consequências da biopirataria no Brasil A biopirataria é uma problemática que permeou a sociedade brasileira durante toda a sua história. Tal fato mostra-se visível a partir do processo de colonização que, logo no início, explorou e transportou os recursos biológicos para outros continentes, como o pau-brasil. No entanto, a devastação da Mata Atlântica, um dos maiores biomas nacionais, não foi o suficiente para a mudança dessa conjuntura, pelo contrário, 500 anos depois, a diversidade ambiental e cultural do Brasil ainda é o maior alvo da biopirataria mundial, trazendo grandes consequências ao desenvolvimento econômico e científico do país. Em uma primeira análise, sob a ótica econômica, a biopirataria e seus impactos mostram-se danosos por afetarem negativamente o próprio mercado interno, já que não geram benefícios financeiros. Prova disso foi um dos inúmeros casos de expropriação que ocorreram no parque nacional do Xingu, onde os agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis apreenderam quatro coreanos, em 2013, acusados por tráfico de produtos da flora. Esses coletavam ervas medicinais com o objetivo de vender para indústrias farmacêuticas e de cosméticos. Dessa forma, o Brasil acaba custeando a exploração dos próprios recursos, visto que a população se torna consumidora do produto final, como em grande parte dos medicamentos naturais. Além disso, em um segundo plano, os prejuízos da biopirataria mostram-se gradativamente mais nocivos por estarem fortemente ligados à falta de instrumentos legislativos adequados e do baixo investimento em pesquisa e desenvolvimento em biotecnologia. Só em 2018, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) sofreu uma redução de 19% no orçamento. Nessa perspectiva, todo o potencial socioeconômico dos recursos naturais brasileiros fica à mercê do investimento de outros países que aproveitam do conhecimento científico para criar produtos, patentearem e lucrarem milhões de dólares, exemplo do açaí que pertence, hoje, à empresa japonesa K.K. Eyela Corporation. Percebe-se, portanto, que a biopirataria apresenta-se como um empecilho ao efetivo progresso da nação. Desse modo, faz-se necessário que o Governo Federal, em conjunto com o Ministério da Educação, reverta esse panorama da negligência científica. Tal reversão deve se dar por meio da implementação de concursos que escolham os melhores projetos e pesquisas cientificas, visando o avanço socioeconômico do país, para serem colocados em prática. Outrossim, cabe ao Poder Legislativo, a criação de leis que promovam o maior repasse de verbas ao FNDCT e punem empresas estrangeiras que exploram ilegalmente terras brasileiras. Assim, moldar-se-à um país mais justo, coeso e, por fim, desenvolvido.