Na filosofia aristotélica, a natureza é vista como o mais valioso patrimônio da humanidade. Hodiernamente, tal perspectiva é ofuscada pela displicência diante da crescente destruição da fauna e da flora, o que, segundo pesquisadores da fundação Greenpeace, recai sobre o juízo humano. No Brasil, devido à extensão territorial e ao desauxílio governamental, a biodiversidade do país é ameaçada em decorrência da prática da biopirataria, termo utilizado para designar as atividades clandestinas que ameaçam a extinção de espécies exóticas, principalmente da Região Amazônica. Decorrentemente, a análise do problema destina-se a reverter a situação a fim de evitar uma catástrofe biológica. Convém ressaltar, a princípio, que a omissão política acerca da biopirataria no país propicia o agravamento do dilema. Sendo assim, a análise feita sob a ótica do sociólogo Bauman, é instituído o colapso da confiança na política, em que o sistema democrático não cumpre com as suas promessas. Nesse viés, não há medidas eficientes para impedir o tráfico de recursos naturais importantes para a manutenção da biodiversidade brasileira, problema atribuído ao Ministério do Meio Ambiente devido à falta de uma legislação mais rigorosa. Tal fato é observado na desordenada exploração madeireira na quase extinta Mata Atlântica, após décadas de usufruto descontrolado e inconsequente. Ademais, a riqueza em recursos naturais do país desperta a cobiça de todo o mundo que, além de pilharem patrimônios florísticos, também se apropriam dos saberes medicinais das comunidades tradicionais, sem, no entanto, destinarem parte do lucro obtido por essas informações. Logo, a autoridade do país sobre o seu patrimônio é prejudicada, o que infringe as determinações da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), que tem como objetivo principal a preservação mundial da natureza. No entanto, para combater os interesses internacionais em apossar do potencial genético do país existe muitos obstáculos, como a extensa fronteira e a falta de policiamento nessas regiões, em consequência, muitas espécies podem ser extintas, como é o caso da arara-azul e do pau-brasil. É imprescindível, portanto, que a questão seja tratada como política de Estado, especialmente pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da criação de ONG's e parques ecológico a fim de proteger as centenas de espécies do contrabando, principalmente aquelas que estão em risco de extinção. Além disso, é necessário buscar meios e modos de viabilizar a exploração dos recursos para fins farmacêuticos sem prejudicar as comunidades e a natureza, através, por exemplo, da ação mútua entre as empresas e o Governo para que haja limites na extração e na interferência social. Dessa forma, o país se transformará de fato em moderno e preparado para vencer os desafios que sempre estão por vir.