“Desmatamento da Mata Atlântica cresce quase 60% em um ano”. A manchete de 2017 do site SOS Mata Atlântica, criada com base em um estudo da fundação homônima, até poderia aludir a um cenário recente, mas não. Esse bioma merece atenção desde a era colonial, com o desmatamento do pau-brasil pelos colonizadores, início da biopirataria no país. Como solucionar esse quadro? Em primeiro lugar, afirma a Ecologia que a natureza levou bilhões de anos para equilibrar seus ecossistemas. Porém, a retirada de apenas um elemento pode comprometer esse longo processo. Portanto, a permissividade de sociedades, como a brasileira, quanto à subjugação de outras espécies pode prejudicar a própria humanidade; pois o homem, como parte dos ecossistemas, depende da harmonia entre os seres vivos e o meio para não se extinguir. Ademais, a biopirataria ceifa a pesquisa e o desenvolvimento (P&D) do Brasil, visto que o país – segundo o pesquisador José Graça Aranha – não protege os direitos de propriedade de comunidades tradicionais, dando acesso a laboratórios internacionais às patentes de recursos naturais canarinhos. Assim sendo, posto que o desenvolvimento sustentável depende do setor de P&D, o combate à biopirataria é uma prioridade, já que um país em ascensão econômica e com seus recursos naturais conservados é o que esperam as futuras gerações. Dado o elencado, para evitar o subdesenvolvimento do setor de P&D e proteger os elementos da fauna e da flora, o Poder Legislativo deve criar um Projeto de Lei (PL) que proteja os direitos de propriedade de comunidades tradicionais e institua órgãos de fiscalização da obediência ao PL em todo o país; sendo necessários, no mínimo, três órgãos igualmente distribuídos nos estados com área inferior ou igual a 800 mil km2 e seis, naqueles com área superior a essa medida. Outrossim, as empresas de telecomunicações devem disponibilizar em seus canais um programa de, no mínimo, uma hora de duração e apresentado aos domingos pela manhã, voltado à educação ambiental e aos demais assuntos ecológicos; de modo que a sociedade brasilense crie uma consciência cidadã a respeito da interdependência entre a vida humana, as demais espécies e a conservação do planeta. Afinal, a Terra é a morada de todos.