O filme brasileiro Tainá, conta a história de uma pequena índia que se aventura numa jornada para combater cientistas que tentam inescrupulosamente roubar informações genéticas e contrabandear animais. Ao estabelecer um paralelo com a ficção é possível perceber que a apropriação dos recursos naturais nacionais faz-se real. Desse modo, seus efeitos afetam gravemente o Brasil, tanto economicamente quanto na destituição de valor social das comunidades locais. É necessário, inicialmente, quando se fala em Biopirataria, compreender a lógica econômica que gera engodo ao Brasil. Nesse processo é possível traçar uma perspectiva com a própria colonização, quando os europeus, utilizando-se de um sistema coercitivo, exploraram gananciosamente o ouro e o açúcar. Hodiernamente, fato semelhante acontece em relação ao patrimônio genético natural que onera o desenvolvimento brasileiro. Segundo o site Pensamento Verde, anualmente 5 bilhões de dólares são movimentados pelo tráfico de recursos biológicos em detrimento da economia brasileira que não participa desse lucro. Assim, essa sistemática tem como consequência o prejuízo de altas quantias de dinheiro e deslegitima a soberania nacional, visto que o Brasil não e mais colonizado. Ademais, o processo de Biogrilagem desvaloriza e desrespeita as sociedades silvestres ao usurpar práticas antigas. Esse processo se dá quando cientistas disfarçados de turistas se infiltram em povoados ou tribos indígenas e se utilizam da ingenuidade dessas comunidades para assimilar praticas e saberes tradicionais e, posteriormente, levam aos seus países e patenteiam esses conhecimentos que antes eram de uso comunitário, e os tornam propriedade privada. Esses atos lesam os grupos locais, pois, conhecimentos que foram desenvolvidos no decorrer de séculos, são usurpados e passam a pertencer às empresas e laboratórios que não oferecem em contrapartida, retorno econômico nenhum. Logo, é visível a vulnerabilidade dessas comunidades que são prejudicadas, algo que demanda ações governamentais de enfrentamento. É necessária, portanto, ações urgentes que combatam a Biopirataria para a mitigação de suas consequências. Dessa forma, o Ministério da defesa deve desenvolver em suas fronteiras e aeroportos ações mais diligentes de revista e de controle de entrada e saída de turistas, em especial, os de países que possuem forte histórico atrelado à Biogrilagem com o objetivo de inibi-la. Além disso, o Ministério da Ciência e Tecnologia deve destinar recursos para a promoção de bolsas acadêmicas aos cientistas brasileiros com o intuito de estimular pesquisas e a aproximação com os povoados tradicionais de modo a instrui-los a fazerem frente de combate aos cientistas estrangeiros, buscando ainda, melhor usufruto econômico do patrimônio biológico e de uma distribuição justa dos lucros com as comunidades que os produziram. Ações como essas, além de coibir o roubo dos recursos naturais, iriam trazer benefícios financeiros para uma nação historicamente explorada pela Europa.