A ascensão do comércio, busca por mercado consumidor e riquezas motivaram as grandes navegações, a partir do século XV, o que resultou na intensa exploração dos povos conquistados. Atualmente, no Brasil, esse aproveitamento abusivo se perpetua por meio da biopirataria, causando não só a perda de biodiversidade, como também a monopolização dos conhecimentos tradicionais. A fauna e a flora que fizeram saltar os olhos europeus, hoje são alvo do tráfico interno e internacional, seja para a venda como estimação ou com fins científicos. Faz-se necessário ressaltar que cerca de 70% do comércio é para consumo interno e conta com o auxílio dos habitantes locais, que por sua vez recebem míseras quantias, fomentando esse crime ambiental. Ilogismo esse que, na retirada de animais silvestres somada ao desmatamento de florestas, causa irreparáveis perdas de patrimônio genético, quando não a extinção de espécies e, irremissivelmente, o desequilíbrio ambiental. Além disso, a inobservância das medidas que regulamentam o acesso aos conhecimentos tradicionais e a repartição de benefícios gera um campo livre para o surrupiamento desse patrimônio social por pesquisadores e indústrias tecnológicas. Assim, os reais proprietários não recebem a compensação devida ou créditos, enquanto, o que fixa patente, recebe altas quantias devido o atalho no processo de desenvolvimento de produtos altamente lucrativos. Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Assim, o Ministério do Meio Ambiente deve destinar mais verbas para o IBAMA a fim de intensificar as fiscalizações, coibindo a biopirataria por meio de apreensões e multas. Além disso, o Ministério do Meio Ambiente deve promover campanhas educativas veiculadas pelos diversos meios de comunicação sobre esse crime ambiental, tendo como fito, educar a população sobre a necessidade da proteção, tanto de espécies de plantas e animais, como também dos conhecimentos tradicionais associados.