O Brasil, considerado o país com a maior biodiversidade mundial, não possui legislação específica que defina os usos dos recursos naturais. Por conseguinte, a Floresta Amazônica, que abriga 70% da biodiversidade do planeta e é o principal alvo da biopirataria, sofre com perdas irreparáveis da fauna e da flora, o que traz consequências não somente aos animais e às plantas, mas, também, a toda população mundial. Segundo a ONG (Organização não Governamental) Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, cerca de 35 milhões de animais brasileiros são vendidos ilegalmente, o que rende aproximadamente um bilhão de dólares por ano. Em vista disso, a fata de legislação específica pode ser uma das principais causas da biopirataria, pois as pessoas que se apropriam de espécies da fauna e da flora, de material genético ou da sabedoria de uma nação, sem o devido pagamento de patente, encontram brechas na legislação brasileira para realizar tais explorações. Ademais, a biopirataria é considerada a terceira atividade clandestina que mais movimenta dinheiro, visto que os tráficos de drogas e de armas ocupam o primeiro e segundo lugar, respectivamente. Diante disso, pode-se perceber que, enquanto o Brasil perde um de seus maiores patrimônios, a biodiversidade, pessoas enriquecem por meio de práticas ilegais, além de se apropriarem de conhecimento de uma nação sem considerar o histórico cultural brasileiro. Torna-se evidente, portanto, que o Governo Federal deve criar leis concretas, para serem aprovadas no Congresso Nacional, que estabeleçam definições de usos dos recursos naturais brasileiros. Para isso, deve haver investimentos na área da vigilância da fauna e da flora nos municípios, com o apoio dos governos estaduais, para garantir que apenas ocorram explorações legalizadas e que não agridem o meio ambiente, com o objetivo de preservar a biodiversidade brasileira.