A Convenção da Biodiversidade de 1992, um tratado internacional multilateral, tem como principais objetivos a conservação da biodiversidade e seu uso sustentável. No entanto, a biopirataria, com o objetivo de gerar lucros, desrespeita esses princípios ao se apropriar de espécies e recursos genéticos de maneira indiscriminada e sem preocupação com a extinção ou destruição destes, gerando prejuízos a natureza no planeta e no Brasil. Primeiramente, há o declínio da diversidade natural dos biomas brasileiros. Esses, como os mangues, o pantanal e principalmente a Amazônia,com aproximadamente 70% da biodiversidade do planeta, possuem uma incrível e rara variedade de espécies animais e vegetais, sendo, por isso, protegidos pela legislação ambiental do país. Todavia, a biopirataria retira e caça essas espécies e ameaça a diversidade natural do Brasil, pondo em risco sua existência e preservação , como é o caso da arara-azul, ave do Pantanal, que está em sério risco de extinção devido ao comércio clandestino. Além disso, recursos genéticos e biológicos importantes são retirados da fauna e da flora brasileiras e perdidos para a biopirataria. Os prejuízos de tal atividade são vistos também na perda de objetos de estudo de pesquisas de suma importância. Sejam elas farmacêuticas, para remédios e vacinas, sejam ambientais, para a preservação de espécies e uso consciente de recursos, a retirada de espécimes pela biopirataria atrasa ou anula seu progresso, já que os destrói e retira da natureza brasileira. Logo, o que poderiam ser descobertas importantes para tratamentos e prevenção de doenças e dados expressivos que auxiliariam numa melhor compreensão e relação do homem com o meio-ambiente, são destruídos pelo mercado paralelo. Portanto, a biopirataria é um grave risco à fauna e flora brasileiros, bem como o desenvolvimento de pesquisa cientifica em ambiental do país e deve ser combatida. Para tal, é necessário um investimento por parte do Estado em inteligência e tecnologia para as forças de proteção ambiental e de fronteiras, a fim de propiciar a localização de rotas, grupos e ações de contrabando nas áreas de reserva ambiental e indígena, desmantelando a rede de biopirataria e punindo os culpados. Dessa maneira, o Brasil se veria livre de danos causados pela biopirataria e sua biodiversidade e futuro assegurados de qualquer futuro prejuízo.