No início do mês de julho, a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que reduz de 18 para 16 anos a idade penal para crimes hediondos, como latrocínio e estupro, homicídio doloso e lesão corporal, acalorou a discussão em torno desse assunto que divide opiniões. Em torno da redução da maioridade existe a expectativa de que a criminalidade diminuirá entre os jovens, porém nutrir esta esperança parece uma utopia. No Brasil, se aprovada e sancionada, crianças e adolescentes com idades ainda menores serão alvos dos criminosos. Para resultados efetivos é preciso o compromisso de toda a sociedade, começando pelo núcleo familiar de milhões de crianças e adolescentes até os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, no âmbito municipal, estadual e federal. O investimento em educação e trabalho são necessários. Entretanto, o que fica cada vez mais claro é um cenário de crise. Um exemplo, entre tantos noticiados, foram a dificuldade e os problemas obtidos por alunos que se matriculariam em cursos superiores usando o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) e não conseguiram, porque, segundo Renato Janine Ribeiro, Ministro da Educação, o dinheiro para novos contratos acabou. Em um cenário onde não há dinheiro para a educação, mas há milhões sendo roubados frequentemente, a saída para a evolução não está na diminuição da maioridade penal. O que faz a diferença para um país é a adoção de medidas que busquem o equilíbrio financeiro, político e educacional e, assim, ofereçam oportunidades mais consistentes para seus jovens.