Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: As complexidades do combate à homofobia no Brasil

Redação enviada em 14/06/2018

Como bem abordado por Zygmunt Bauman, na obra “Modernidade Líquida”, individualismo é uma das principais marcas da sociedade pós-moderna, sendo essa responsável por formar indivíduos incapazes de tolerar diferenças. No Brasil, tal postulado do sociólogo se confirma através de problemáticas como a homofobia, situação essa oriunda tanto de questões constitucionais quanto de questões de mentalidade. Dessa forma, na busca por um país mais justo e plural, investir no desenvolvimento educacional do cidadão é a medida que se impõe. Em primeiro plano, é de suma importância observar que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as principais causas da homofobia. Aprovada em 1988, a atual Constituição Brasileira prevê, em suas cláusulas pétreas, o princípio da isonomia, no qual esse, entretanto, não está sendo posto em prática de modo devido, haja vista os cotidianos casos de violência e discriminação contra homossexuais. De acordo com o Grupo Gay da Bahia (GGB), a mais antiga associação brasileira de defesa aos gays, fundada em 1980, um homossexual é assassinado a cada 25 horas no Brasil. Em segundo lugar, cabe ressaltar que o ser humano é um ser social, o que traz à tona a questão da exclusão como um problema considerável. Nesse contexto, um importante exemplo a ser observado reside no ambiente familiar, no qual, em muitas famílias, as orientações sexuais não-tradicionais são enxergadas como frívolas. Com isso, torna-se necessário entender que, conforme o pensador indiano Osho, o medo da exclusão social é a principal causa para um indivíduo deixar de lado sua própria identidade, o que pode geral consequências significativas como a depressão e o suicídio. Nesse sentido, fica perceptível que a problemática da homofobia também orbita em torno de mentalidades intolerantes. Segundo o sociólogo Émile Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de agir e de pensar, ou seja, um indivíduo que cresce em um ambiente homofóbico tenderá a desenvolver o hábito da intolerância, em virtude da vivência em grupo. Logo, sem os devidos investimentos, a homofobia continuará sendo transmitida de geração a geração, perpetuando o problema no Brasil. Constata-se, diante do exposto, que tal intolerância coloca os direitos humanos em xeque, o que permite inferir a necessidade de se combater tal realidade. Assim, é imperativo que o Ministério da Justiça amplie as punições contra crimes de homofobia, juntamente com o incentivo à criação de ONGs nos munícipios com o intuito de denunciar tal problema. Em consonância, cabe ao Ministério da Educação estimular as escolas a desenvolverem conferências e palestras que retratem tanto a importância da equidade quanto a dura realidade dos homossexuais no Brasil. Dessa forma, o princípio da isonomia terá o ambiente favorável para se desenvolver no país.