Título da redação:

Em busca de um novo tempo

Proposta: As complexidades do combate à homofobia no Brasil

Redação enviada em 14/10/2017

É irrefutável que a sociedade brasileira foi, historicamente, construída com pauta em uma estrutura heteronormativa, machista e conservadora. O voto feminino conquistado após anos de luta, a presença marcante da figura masculina na esfera política nacional e a consideração da homossexualidade como doença no século 20, no Brasil, são fatos que ratificam tal afirmação. Nesse aspecto, é previsível a existência de uma sociedade homofóbica, que considera a relação entre indivíduos de um mesmo sexo algo socialmente incorreto, o que faz com que o combate à homofobia no Brasil torne-se um feito complexo. Em uma primeira instância, observa-se o princípio de uma sociedade homofóbica já na fase escolar, por meio de preconceitos difundidos de forma mascarada entre os alunos. Apelidos como "bichinha", "boiola" e "viado" são proferidos pelos alunos como forma de depreciação, menosprezo e fragilidade dentro do meio estudantil, levando, assim, a uma atribuição negativa entre tais conceitos e a índole da minoria homossexual. Além disso, a persistência do conservadorismo baseado em preceitos biológicos e religiosos nos lares brasileiros contribuem para que atitudes homofóbicas continuem sendo frequentes na nação. Nessa perspectiva, não raro, pais transmitem a seus filhos que ser homossexual é ir contra o que seus ritos pregam e o que é biologicamente imposto. Dessa maneira, assim como afirmou John Locke, em sua "Tábula rasa", que todo o pensar e o agir dos seres humanos são adquiridos no meio social em que se encontram, é comum que esses futuros cidadãos brasileiros desenvolvam aversão à homossexualidade, configurando homofobia. Diante do exposto, é necessário que medidas sejam tomadas a fim de reverter esse quadro de intolerância no país. Logo, o Ministério da Educação deve atuar na questão por meio da inserção de palestras, trabalhos e oficinas de debate nas escolas que abordem o respeito à minoria homossexual, o que faria com que novas visões sobre o grupo fossem paulatinamente formadas, levando, por conseguinte, ao respeito à minoria. Além disso, o Ministério da Cultura deve atuar nesse processo por intermédio de campanhas televisivas que tratem sobre a importância do respeito aos homossexuais independentemente de suas concepções e religiões, por meio da divulgação dos dados de mortes e agressões ao grupo devido ao preconceito, por exemplo, o que levaria à formação de novas visões sobre a questão por parte de pais e filhos, acarretando efeitos positivos. Afinal, como afirmou o líder revolucionário Nelson Mandela: "É preciso que uma nova era recomece".