O historiador brasileiro Nicolau Sevcenko defende que na contemporaneidade a perda de referencias possibilitou a instauração do caos social, em que os valores morais e sociais passam a ser discutidos de modo relativista. Nesse contexto, a discursão sobre as complexidades do combate à homofobia perpassa não somente pela ignorância social, como também pela ineficácia estatal em gerir um país baseado na equidade. Em primeiro plano, destaca-se que a ignorância social calcada em pilares heteronormativos – aos quais consideram válidos apenas relacionamentos entre indivíduos de sexos opostos – tem gerado uma consciência coletiva retrograda. Tal premissa é ratificada por uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo, ao qual informou que cerca de 90% dos entrevistados possuíam algum grau de homofobia, evidenciando assim, que a problemática necessita ser combatida. Outrossim, observa-se o falho desempenho estatal em conduzir essa discursão, fato esse comprado pela divulgação de propagandas federais como o “A busca para a cura gay”. Tais notícias evidenciam a inabilidade do aparato estatal em gerir uma nação na qual todos os seus habitantes possam ter seus direitos assegurados, assim como consta no artigo 5º da Constituição Nacional. Portanto, no intuito de recriar bons referencias e atenuar a problemática da homofobia, medidas devem ser tomadas. Ao Governo Federal cabe a responsabilidade de prezar por todos os habitantes de seu território, criando nesse contexto, núcleos de discursão sobre a ideologia de gênero. Essa iniciativa deve preconizar a orientação em escolas estaduais e federais de professores e alunos, através de palestras e conferencias que difundam o pensamento de equidade nacional ao invés de problematiza-lo como doença. À sociedade, cabe à responsabilidade de participar desses núcleos de debates a fim de compreender que uma nação pluricultural, como o Brasil, necessita da coesão de seus habitantes para se sustentar.