Título da redação:

Diferentes formas de amor

Proposta: As complexidades do combate à homofobia no Brasil

Redação enviada em 11/10/2017

Desde a Grécia Antiga, e até antes, há relatos de traços de homossexualidade entre a população, o próprio Sócrates foi um grande defensor dessa forma de amor. Todavia, atualmente, discursos de ódio são proferidos contra homossexuais que sofrem também com a violência direcionada a eles, fato que elevou o Brasil ao triste patamar de país que mais mata LGBT (lésbicas, gays, transexuais e travestis) no mundo, segundo a ABGLT (Associação Brasileira de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais). A minoria homossexual começa a sentir os efeitos de sua orientação sexual desde cedo, isto é, já no ambiente doméstico, muitas vezes, são desencorajados a se assumirem por ouvirem frases de cunho preconceituoso como: "prefiro ter um filho morto, em vez de gay", ou ainda, enfrentam o preconceito enrustido, que se traduz em "pode ser gay, só não pode ser o meu filho". Além disso, essa intolerância reverbera no âmbito escolar, onde 27% dos homossexuais e bissexuais manifestaram ter sofrido discriminação, conforme dados do Instituto de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. Tal cenário expressa a face conservadora e paternalista da sociedade brasileira, moldada em suas heranças coloniais. Ademais, a falta de políticas públicas voltadas para essa parcela da sociedade alinhada à pouca representatividade e ao preconceito culminam em informações assustadoras: somente até maio de 2017, 117 pessoas foram assassinadas em razão da homofobia, de acordo com informações fornecidas pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). Outrossim, a recente proposta de "cura gay", aprovada pelo juiz Waldemar Cláudio da 14ª Vara do Direito Federal, revela mais um ato de hostilidade ao tratar a orientação sexual de um indivíduo como doença e sugerir mudá-la, algo claramente irreal. Haja vista tal conjuntura, o governo federal, em parceria com o Ministério da Educação, deve inserir, nas escolas, debates acerca da diversidade sexual, orientados por professores e psicólogos, de modo a preparar um cidadão mais tolerante para convivência em sociedade. Além disso, o sistema judiciário deve endurecer as punições, no Código Penal, voltadas a crimes de caráter homofóbico, assim como fez com as penas para agressão contra as mulheres, de forma a desencorajar a prática desses atos abomináveis. Assim, esperamos construir uma comunidade mais igualitária e tolerante para todas as formas de amor.