Título da redação:

Cura Gay: Apoio psicológico ou violação de direitos?

Proposta: As complexidades do combate à homofobia no Brasil

Redação enviada em 09/10/2017

​Historicamente, a homossexualidade já foi admirada, quando a sociedade filosófica grega alegava o sexo entre homens como provedor de conhecimento, tolerada ou condenada, no momento em qual é considerada pecado ou doença. Seria esperado, assim, que com o passar do tempo os ideias de respeito ascendessem em discussões sociais e proporcionasse a dissolução dos julgamentos à população LGBT. No entanto, ainda nos dias atuais, alguns Estados aceitam e estimulam tratamentos que objetivam a mudança de orientação sexual; prática que, além de não ter eficiência comprovada, geram problemas psíquicos no indivíduos, como depressão, e reforçam traços homofóbicos da sociedade. ​ Para primeira análise, a homossexualidade foi classificada como uma desordem no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais de 1952 e, depois disso, inúmeros estudos científicos já comprovaram que a homossexualidade não está relacionada a nenhuma doença. Nessa perspectiva, insistir na tentativa de mudar a orientação de alguém não fornece efeitos e, segundo a Associação Americana de Psicologia, muitos dos submetidos ao "tratamento" apresentam transtornos mentais como depressão, disfunção sexuais e outros. Além disso, a angústia e o julgamento sofrido pelo homossexual podem induzir o suicídio, como aconteceu com o matemático britânico Alan Turing. ​Outrossim, aderir à reorientação sexual como prática legal é, também, admitir a homossexualidade como um transtorno e, assim, fortalecer os preconceitos sociais. Da mesma forma que a população enxergou a vacina, na campanha de Oswaldo Cruz, como uma ameaça, devido a influência da oposição, pode ser incentivada pela proliferação de ideia de "cura gay" a aumentar os níveis de opressão a essa minoria. Outro agravante é o fato da Constituição Brasileira não possuir nenhuma lei que julgue os casos de homofobia, refletindo nos altos índices de morte de homossexuais no país. ​ Uma vez que a proposta de tratamentos psicológicos para reorientação sexual ajam de maneira agressiva, violando os direitos de liberdade do ser humano, medidas que combata, não a homossexualidade, mas a homofobia são necessárias. Cabe, portanto, ao Ministério da Justiça o desenvolvimento de uma lei anti-homofóbica, que julgue casos de violência em diversos níveis, das agressões verbais aos assassinatos, com penas severas e efetivas as quais variem desde a prestação de serviços voluntários até a prisão objetivando, assim, o controle da violência contra esse grupo no país e o fortalecimento dos ideais de igualdade no decorrer do tempo. Desse modo, o apoio virá, cotidianamente, de toda a nação, para fortalecer toda forma de amor.