"Há tempos o encanto está ausente e há ferrugem no sorriso". Essa frase, de Renato Russo, define bem o contexto atual da sociedade brasileira. Pois, mesmo tendo sido agraciada com dezenas de homossexuais ,que contribuíram para a formação da identidade nacional, boa parte da massa, ligada a valores conservadores e religiosos, insiste em não reconhecer diferenças no âmbito da sexualidade. Nesse contexto, é notável que tal preconceito, que coloca a integridade de muitos em risco, deve ser repreendido, principalmente por Brasília. Em primeiro lugar, é necessário levar em conta um grande fator histórico que torna esse cenário em algo tão caótico. Por, inicialmente, ter sido estabelecida como colônia portuguesa, a nação verde e amarela era e ainda é de maioria católica e cristã. Isso, por sua vez, soma-se com a ignorância difundida por muitos líderes de igrejas, como foi o caso da "cura gay", fazendo com que muitos taxem os LGBT como pecadores. Aliás, essa propagação de discursos de ódio se faz tão presente e intensa que leva muitos a se esquecerem de alguns mandamentos bíblicos, como "amar o próximo como a ti mesmo". Em segundo lugar, fica visível que, em um cenário de pouca compaixão, a moral tradicional superará a ética. Em um país de democracia recente e turbulenta, muitos cidadãos não estão acostumados com ideais que exponham a liberdade individual. Portanto, esses terminam sendo guiados por valores questionáveis, não reconhecendo o direito do próximo. Ademais, cabe salientar que, em casos extremos, isso pode levar a ocorrências como a do casal homossexual agredido na zona sul do Rio de Janeiro, segundo fontes do G1. Por conseguinte, percebe-se que é papel do Governo Federal, por intermédio de ações afirmativas, reforçar a segurança tanto em locais públicos, com reforço policial, quanto na rede, por meio de medidas como o Marco Civil da Internet, de maneira que ações que atentem contra integridade física, mental ou moral desses cidadãos possam ser repreendidas e punidas. Ademais, o Ministério da Educação pode, por intermédio de palestras e materiais didáticos, promover a desconstrução de valores morais que possam tornar crianças e adolescentes em indivíduos intolerantes, de maneira que os jovens dessa geração em diante cresçam admirando a diversidade, ao em vez de odiá-la.