Título da redação:

Aversão ao ser humano

Tema de redação: As complexidades do combate à homofobia no Brasil

Redação enviada em 26/10/2017

“Sense8”, série original da rede de streaming Netflix, cumpre sua função de inclusão social por trazer dois personagens homoafetivos como protagonistas. Nesse sentido, vê-se Lito, um homem gay, e Nomi, uma mulher transsexual lésbica, sendo que ambos sofrem dramas, retratados no seriado, devido suas orientações sexuais. Lito, enquanto ator internacional, esconde sua sexualidade da mídia para não perder empregos em uma sociedade preconceituosa e Nomi é internada por sua família por acreditarem que sua transsexualidade é uma doença. Não longe dessa temática, o Brasil enfrenta problemas para acabar com a homofobia em sua população. Primeiramente, a comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis) é constantemente agredida por pessoas que julgam esse comportamento incomum. Segundo Adriana Galvão, presidente da Comissão de Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), houveram 343 mortes nesse grupo, em 2016, quase uma morte por dia. E, somando-se a isso, a expectativa de vida de travestis e transexuais no país é de 35 anos, de acordo com Pedro Sammarco, doutor em psicologia social, e a média de população geral são 75,5, dados do Instituto de Geografia e Estatística Brasileiro (IBGE), mais que o dobro de transgêneros. Logo, levando em conta todo os dados, torna-se inadmissível que alguém morra só por ser quem é. Todavia, a problemática ainda se faz presente pois a população é ignorante quanto ao assunto e fundamenta seu preconceito em questões religiosas. Por certo, a porção política cristã impede que sejam efetivados direitos para comunidade LGBT, baseando-se em crenças de mais de 2000 anos atrás e negando que a laicidade estatal seja mantida. Além disso, outra forma de explicar essa intolerância é que, não seguir o padrão heteronormativo são ditas “escolhas” dos LGBT, o que é um grande equívoco. Para o psicólogo Marcos Roberto, da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), “Ser homossexual na nossa sociedade é um caminho mais difícil. Se fosse escolha, as pessoas não escolheriam isso.”, assim, ninguém, em sã consciência, optaria por ser discriminado. Portanto, fica claro que a repressão a pessoas não heteronormativas deve ser combatida, e, bem como, o respeito à diversidade deve ser pregado. Em primeiro lugar, o Ministério Público, junto ao Conselho de Ética, devem fiscalizar e punir políticos que baseiam decisões em crenças próprias, garantindo a laicidade. Também, a televisão deve afirmar representatividade LGBT colocando o tema em novelas e debates públicos, objetivando a compreensão do problema e, em segundo plano, incentivando o respeito. Por fim, o Poder Legislativo deve criminalizar a LGBTfobia, assim como já faz com o racismo, sendo crime inafiançável e imprescritível, punindo quem não é tolerante. Assim, Lito, Nomi e outras milhares de pessoas, terão seus direitos resguardados.