O filme “O jogo da imitação”, baseado em fatos reais, traz relatos interessantes sobre a homofobia, onde a personagem Ala Turing é vítima desse preconceito e por isso acaba se suicidando. Mesmo que a obra retrate fatos do século passado, a realidade não é tão diferente nos dias de hoje. No Brasil, por exemplo, a violência contra a comunidade LGBT ainda é presente, mostrando a intolerância da sociedade. Se vivemos numa época em que os direitos humanos são intensamente divulgados, por que a homofobia é tão presente no país? Para responder a questão, é preciso entender primeiramente que a homofobia no Brasil tem fatores histórico-religiosos, e um deles se justifica pela colonização. Uma vez que os portugueses trouxeram o catolicismo para a região, a aversão ao que foge dos dogmas católicos se enraizou. Tanto é que, embora a maior autoridade católica recentemente tenha se manifestado em respeito aos homossexuais, grupos católicos mais conservadores foram contra a atitude do papa. Essa herança religiosa repercute atualmente, e acaba por influenciar a legislação do próprio país. Por exemplo, a existência de uma bancada evangélica no Congresso Nacional limita a aprovação de leis que vão de encontro aos princípios cristãos. Por isso, comumente leis protetoras dos direitos dos LGBTs são vetadas. Desta forma, os homossexuais têm pouco respaldo do próprio Estado, prejudicando o direito do indivíduo LGBT de ser quem ele é. Em suma, vê-se que, numa sociedade pouco disposta a mudanças e de princípios ainda conservadores, a intolerância contra os homossexuais, transexuais, bissexuais e etc. permanece. Assim, medidas que disseminem o respeito aos LGBTs são primordiais. A começar pelas gerações mais novas, secretários municipais de educação devem contratar educadores aptos a ensinar em creches e escolas de ensino fundamental sobre a diversidade de gênero e a tolerância. Para as pessoas intolerantes em geral, é necessário estabelecer leis que impeçam a agressão aos homossexuais, que propiciem multas e cárcere. Dessa maneira, a comunidade LGBT será menos passiva de fobias e violência, o que nos aproximará de uma sociedade mais justa e igualitária.