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Redação sem título.

Tema de redação: As causas da violência nos estádios de futebol

Redação enviada em 30/10/2018

Durante a época do Império Romano, o público assistia às lutas entre gladiadores como forma de entretenimento, um clássico exemplo do culto à violência na vida do cidadão comum. Analogamente, no Brasil, os estádios de futebol se tornam verdadeiras arenas de combate no seu sentido mais agressivo, similar ao Coliseu de Roma, especialmente quando impulsionados pela mídia e facilitados pela ineficácia das punições. Em primeiro plano, segundo Jean-Paul Sartre, um pensador francês, a violência, independentemente da forma como se manifesta, é sempre uma derrota. Infelizmente, isso é observado na prática futebolística, por meio de hostilidades verbais e físicas, muitas vezes estimuladas pela mídia, ao aludir à guerra durante o anúncio das competições e nos comentários das jogadas. Dessa forma, esse “poder” incita, de modo indireto, o sentimento de rivalidade entre as torcidas, que passam a encarar as partidas como uma batalha e ver o adversário como um inimigo, dando um caráter bélico ao jogo. Outrossim, o artigo 6º da Constituição Federal assegura, entre outros, o lazer e a segurança como direitos sociais. No entanto, fora do papel, ambas as garantias se encontram falhas, uma vez que a alta impunidade, percebida pelos criminosos, por meio da dificuldade de identificação de torcedores nas multidões, possibilita, na infiltração destes, nesses grupamentos, a ocorrência de atrocidades, o que também impede que outros indivíduos gozem desse tipo de divertimento por conta do medo. Com isso, os órgãos públicos e esportivos, erroneamente punem os clubes, escancarando a ineficiência do Estado em proteger seus cidadãos e castigar os verdadeiros criminosos. Fica claro, portanto, que a violência é como uma “pedra” no caminho rumo à cultura de paz nos estádios do Brasil. Assim, é mister que os Ministérios da Segurança e das Comunicações trabalhem conjuntamente, ao elaborarem campanhas de cunho apelativo, veiculadas às próprias mídias, para sensibilizar a população. Igualmente importante, é necessário que os gestores desses locais, sejam eles públicos ou privados, façam o cadastramento de torcedores, por intermédio de carteiras e/ou biometria, além de investir em mais câmeras de segurança, para facilitar o reconhecimento dos malcomportados. Destarte, esses ambientes de entretenimento deixarão de ser os “Coliseus” brasileiros.