Promulgado em 2003, o Estatuto do Torcedor contempla como prerrogativas básicas, os direitos à segurança e à comodidade. Conquanto, a constante violência nos estádios impede que uma parcelada população desfrute de tal direito. Nesse contexto, brigas tanto dentro, quanto nas imediações das arenas faz com que muitos torcedores deixem de frequentar os jogos, com receio de se tornarem vítimas em meio às confusões. Assim, é necessário que subterfúgios sejam encontrados a fim de resolver essa inercial problemática. Em primeira análise, a intolerância é o principal fator resultante dessa problemática. Nessa perspectiva, vidas são perdidas em meio ao fanatismo e à selvageria daqueles que vestem as camisas de seus times e nelas atribuem a necessidade de matar o morrer pelo manto que consideram sagrado. De acordo com o jornal El país, apenas no ano de 2017 foram registrados 104 episódios violentos relacionados ao futebol brasileiro. Diante do exposto, a presença de torcedores nos estádios se torna cada vez menos frequentes, destruindo a imagem de um programa familiar. Faz-se mister, ainda, salientar que a exaltação da rivalidade perpetuada pelos meios midiáticos contribuem para uma visão do adversário como inimigo, culminando nesse estado de guerra. De acordo com Jean-Paul Sartre, filósofo francês, "A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota". Nesse sentido, a agressão repetidamente observada nos estádios além de ser uma perda para o futebol, é um resultado desfavorável para o desenvolvimento da população. Assim sendo, em uma briga até mesmo aquele considerado vencedor sai perdendo. É necessária a participação de todos os setores da sociedade para a erradicação desse problema. Primeiramente, o Poder legislativo deve tornar as leis mais rígidas, por meio de uma proposta de emenda constitucional, de modo a aplicar uma expulsão temporária aos que desviarem da pacificidade entre os jogos. Além do mais, é recomendado que o Ministério da Educação insira no currículo escolar nacional uma disciplina que vise ensinar a pluralidade de ideias e a convivência pacifica com o diferente, com o objetivo de diminuir a violência em geral. A partir dessas ações espera-se promover uma melhora nas condições sociais desse grupo, tirando definitivamente os seus direitos do papel.