É indubitável que a violência é um problema assíduo nos estádios de futebol brasileiros. Nesse sentido, em frente dos fatores histórico-sociais e insuficiências governamentais, a problemática instala-se tornando imprescindível que medidas sejam tomadas para a resolução do impasse. Primordialmente, é válido ressaltar que sob ideário machadiano, o homem é visto como um ser corrompido, no qual há quase ausência de valores. Nesse âmbito, o estádio é como um campo de batalha, onde o ser humano demonstra sua face mais perversa. Assim foi, por exemplo, o caso de Paulo Ricargo Gomes que foi morto, após ser brutalmente atingido por um vaso sanitário depois do jogo entre Santa Cruz e Sport Club do Recife. Além disso, corrobora para situação vigente deficitário sistema judiciário. Segundo pesquisas do cientista social Murad, apenas 3% das ocorrências de violência no contexto do futebol foram punidos. Dessa maneira, prisões rápidas, preventivas e processos não resolvidos dão lugar a impunidade, a qual, por sua vez, auxilia na perpetuação dos atos transgressores e sua continuidade. Portanto, a fim de reverter essa adversidade, é mister que, com subsídio estatal, peças midiáticas como novelas e propagandas, que exercem forte influência sobre a população, sejam veiculadas em rede nacional com temáticas que demonstrem a importância do respeito dentro dos esportes, principalmente, o futebol e das consequências físicas e psicológicas geradas nas vítimas da violência, promovendo assim uma mudança de pensamento social. Associado a isso, é necessário que o Estado, no seu poder Legislativo e Executivo, crie leis mais específicas para os crimes ocorridos dentro e fora dos campos, com punições mais severas para os infratores, bem como, delegacias próprias para o assunto, com policiais altamente treinados que, ao menor sinal de conflito, estejam preparados para agir. Por conseguinte, talvez o pessimismo de Machado possa ser vencido, o homem consertado e a violência, extinta.