A violência nos estádios de futebol causa mortes em todos os lugares, mas no Brasil atinge uma proporção alarmante. Há mais de 20 anos, a Justiça brasileira punia pela primeira vez uma caso de violência dentro de campo, e o culpado foi sentenciado a 14 anos de prisão. Todavia a punição não funcionou como exemplo, pois em 2017 esse tipo de violência continua a crescer, alimentada pela intolerância e pela deficiência na segurança dos estádios. Em primeira análise, é preciso pontuar que a intolerância é a principal fonte da hostilidade nas arenas. As torcidas organizadas estão envolvidas por um fanatismo e rivalidade exacerbados, tornando-se praticamente impossível no Brasil que um clássico do futebol seja assistido em paz dentro de campo. Diante disso, os mais prejudicados são as exceções, que foram ao estádio simplesmente para prestigiar o "time do coração". De acordo com Fato Social de Durkheim, a sociedade é influenciada pelos seus atos, o que contextualizando, pode-se afirmar que a agressão nos estádios é reflexo de uma comunidade violenta e com falta de educação. Além da cultura de selvageria que envolve os jogos, existe também a falha na segurança dos estádios, que aumenta grandemente a possibilidade de violências acontecerem. Segundo John Locke, a segurança é direito do cidadão e dever do Estado, todavia o Rio de Janeiro é o único estado brasileiro que possui uma polícia especializada para isso, a GEPE (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios), colocando-o fora dos altos índices de violência nesse requisito. Dessa forma, percebe-se que no momento em que pessoas fanáticas e à flor da pele entram em confronto, a presença de seguranças é indispensável para que a manutenção da ordem e a continuidade do lazer como lazer e não tragédia. Portanto, pode-se concluir que as causas da violência nos estádios estão ligadas à intolerância e à falta de segurança nos locais dos jogos, e fazem-se necessárias intervenções para que não seja destruída a diversão que marca o país do futebol. Primeiramente, é importante uma intervenção educacional, de modo que a cultura da violência e da intolerância possa ser mudada a longo prazo na criação dos pequenos cidadãos. Além disso, é fundamental uma maior fiscalização e segurança nos estádios que abranjam desde uma proibição de entrada de quem já cometeu infrações ligadas ao futebol, o controle do público com carteirinha e foto para melhor identificação e a implantação, juntamente com treinamento, de policia especializada em todos os estádios, para maior controle da situação.