A prática de crimes em estádios de futebol não se restringe ao cenário brasileiro, uma vez que essa situação foi comum no Reino Unido. Contudo, tem se intensificado em território nacional em decorrência do país apresentar um contexto social já violento e pelo posicionamento de dirigentes. Em primeiro lugar, ressalta-se que a violência em partidas é reflexo do cotidiano. Isso acontece porque o Brasil apresenta altos índices de criminalidade e tal conjuntura é refletida até em aspectos como o esporte. No entanto, atos agressivos ocorrem principalmente no futebol por culpa da ação de torcedores organizados, que, muitas vezes, são ligados à organizações criminosas que competem entre si. Dessa forma, ao levar em consideração também a impunidade, os jogos tornam-se extensões da realidade urbana. Outrossim, é importante destacar que essas torcidas organizadas mantém um conveniente e obscuro relacionamento com diretorias de clubes, como já admitido pelo presidente do São Paulo em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. Na verdade, há uma relação de troca, já que presidentes precisam de apoio para se elegerem e não serem pressionados por maus resultados. Em virtude disso, essas associações ganham ingressos e dinheiro para investirem no carnaval. Assim, mesmo com denúncias por brigas, esses grupos continuam sendo financiados. Compreende-se, portanto, que há falhas em diversas esferas, permitindo que crimes sejam cometidos em arenas. Por isso, é necessário que o Ministério da Justiça crie delegacias especializadas nesse tipo de delito e capacite forças táticas para lidar com eventos esportivos. Ademais, é preciso que, depois de implementadas, elas investiguem os times e seus administradores, de maneira a repreendê-los e culpabilizá-los caso haja real ligação. Diante disso, o país poderá seguir o exemplo britânico e tornar os estádios livres de ações criminosas.