A violência nos estádios brasileiros sucedem-se desde os anos 70, aparecendo com maior força na época de 90, quando ocorreu a morte do jovem Márcio Gasparin no jogo do São Paulo contra o Palmeiras, onde este foi assassinado a pauladas por um torcedor do time rival. Desta forma, contemporaneamente, esta realidade ainda assola a sociedade brasileira pela negligência social e a inaplicabilidade das leis. Em primeira análise o corpo social é partícipe de inúmeras problemáticas ao reproduzir, em seus hábitos e posturas cotidianas, interpenetradas em sua cultura social ou imaginário coletivo, reiteradas práticas análogas àquelas pela qual ela própria protesta, constatando-se que a mesma reflete nos estádios o que se faz todos os dias nos pequenos atos errados e impunes. Em segunda análise o funcionamento logístico operacional do Poder Judiciário mostra-se precarizado e aquém da complexidade e do quantitativo das demandas populacionais exigidas, dando-se a entender o porquê apenas 3% dos processos de violência no âmbito esportivo acabam em condenação, o que causa um sentimento de impunidade e desesperança da população, assim estruturando-se o perfeito cenário para o surgimento de mais casos de violência não só no esporte, mas também nos outros âmbitos sociais. O Ministério da Educação e Cultura deve estabelecer diretrizes pedagógicas de teor humanístico, por meio de pesquisas e amplo debate entre sociedade e educadores, para que se construa criticamente a reflexão dos estudantes, em um projeto curricular mais densa e ativa que alcance a sociedade civil enquanto o Poder Judiciário Federal deve por meio de rigorosa fiscalização, protocolar intenso fornecimento de denúncias e ações judiciais, além de combater a inércia e a impunidade presente no país, por meio da aplicação exemplar das legislações civis, penais, trabalhistas e tributárias.