A violência nos estádios de futebol, no Brasil, é recorrente e assustadora. Suas causas vão desde a devoção descontrolada dos torcedores por seus times, até a impunidade dos crimes. O futebol não é apenas um jogo voltado ao entretenimento, mas sim, um ícone nacional. Portanto, muitas pessoas amam tão ardentemente seus clubes, que são capazes de cometer atos violentos por eles. Isso ocorre devido a componentes biológicos, já que emoções muito fortes, como a paixão, alteram a estrutura hormonal do organismo, podendo desencadear reações exageradas de ódio e fúria. Assim, se imaginarmos um grande número de apaixonados por futebol juntos em uma arena, fácil compreender de onde vem tanta violência. Além disso, nos últimos anos, estatísticas apontam que apenas 3% dos delitos ocorridos nos estádios foram punidos. Logo, verifica-se que a persecução penal, nesses casos, é praticamente nula, o que não desencoraja os torcedores a ofender, agredir e assassinar. Tal acontece porque o poder judiciário é lento, sendo que os crimes acabam prescrevendo, aniquilando a pretensão punitiva do Estado. Deste modo, em primeiro lugar, é necessário prevenir a hostilidade nos estádios. Para isso, o Ministério do Esporte deve realizar uma parceria com a polícia militar, objetivando instituir uma equipe especializada, de âmbito nacional, para realizar a segurança nos ginásios. Essa iniciativa trouxe bons resultados ao Rio de Janeiro, estado com baixo índice de violência relacionado ao futebol, apesar de possuir a maior torcida organizada do Brasil. O segundo passo é acabar com a impunidade, a fim de as pessoas temerem a repressão punitiva do Estado e não sentirem-se inclinadas a cometer as referidas contravenções. Para tanto, ao Poder Judiciário fica o encargo de criar a justiça penal desportiva que, por ser especializada, contando com um menor número de ações judiciais, processará seus julgados celeremente, evitando a prescrição.