Título da redação:

Estádios brasileiros: espaço de diversão ou Coliseu moderno?

Tema de redação: As causas da violência nos estádios de futebol

Redação enviada em 31/03/2019

Na série televisiva "Supergirl", o Agente Liberdade, inimigo político da super-heroína, cria uma onda de ódio por alegar a existência de uma ameaça dos alienígenas do país, o qual promove a formação de uma torcida organizada de civis que pretendem eliminar violentamente os seus "não iguais". Fora da ficção, o Brasil apresenta com veemência a violência provocada nos esportes, sobretudo nos estádios de futebol, no qual torcedores não aceitam a perda de seu time. Desse modo, a agressividade nos estádios brasileiros torna-se fruto da cultura da violência, bem como da falta de punições. A princípio, é importante observar como a agressividade no campo esportivo configura-se banalizada em um país que já apresenta um caráter culturalmente agressivo. Nesse sentido, a cultura da violência deve ser associada a uma construção não somente machista, mas também racista e xenofóbica (como a do Agente Liberdade), sendo a sociedade o principal meio de propagação dessas ideologias que partem , principalmente, de ações preconceituosas. Além disso, a emotividade e a pessoalidade também devem ser levadas em conta, visto que, segundo Sérgio Buarque de Holanda, o brasileiro é um "homem cordial", ou seja, é capaz de gerenciar suas ações em um aspecto personalista e emocional, pois abandona a sua racionalidade. Em suma, a violência existente no futebol é formulada pelo pensamento do meio social, fazendo do espaço de entretenimento um Coliseu cada vez mais violento. Em segundo lugar, as mortes e as mutilações provocadas pelas torcidas organizadas são realidades devido à insuficiente aplicação de leis e de punições. Dessa maneira, os atos de violência esportiva existem porque não há campanhas ou ações governamentais bem estruturadas e disseminadas que venham punir os agressores. Sendo assim, apesar de existir um campo legal para desestruturar a violenta atividade nos estádios, a fiscalização e o movimento punitivo são fracos, cabendo à sociedade, bem como aos famosos e aos próprios futebolistas, participarem de protestos que efetivem as punições. Logo, assim como a Supergirl, os "heróis do futebol" precisam se juntar em um movimento para acabar com a brutalidade na prática esportiva mais amada do país. Faz-se necessário, portanto, desenvolver medidas que visem mitigar a questão da violência nos estádios brasileiros. Dessa forma, a Polícia Federal deve promover grupos de patrulhamento especializados, como o Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (GEPE), por meio de associações políticas com o Ministério da Justiça , a fim de que possam aplicar punições e fiscalizações em prol de encontros esportivos mais pacíficos. Ademais, devem os times realizar mobilizações na internet e nas ruas com o objetivo de romper a cultura da violência presente no Brasil e em "Supergirl".