Já afirmava Claude Lévi-Strauss que “o mundo começou sem o homem e poderá acabar sem ele”. Nessa perspectiva, a sociedade atual vive um paradoxo que, apesar da tecnologia corroborar a capacidade técnica e intelectual do homem, ainda é visível o quanto a natureza é desrespeitada para satisfazer as vontades fúteis do ser humano, sem pensar no bem estar das próximas gerações. Lamentavelmente, as incivilidades cometidas, que têm como estopim a Revolução Industrial na Inglaterra, são desordenadas e, muitas vezes, sem um prognóstico dos seus efeitos no futuro, como o grande número de fábricas que poluem o ar, água e solo. Com a Revolução Verde, a capacidade de modificar geneticamente alimentos e o uso indiscriminado de fertilizantes deu a possibilidade de acabar com a fome no planeta. Entretanto, sua distribuição é deficitária e seu efeito nos seres vivos e outras plantas que são atingidas pela polinização no entorno das plantações são desconhecidas. Também, o desmatamento e o uso inadequado do solo potencializam a sedimentação, que dificultam o crescimento de vegetação e acabam favorecendo a arenização do solo, tornando-a imprópria para o uso, fenômeno comum no Rio Grande do Sul. As infrações que o ser humano comete para sua sobrevivência, muitas vezes, não têm visão sobre o futuro. Portanto, é importante que a mudança ocorra enquanto há reversibilidade ou minimização dos efeitos, como acontece com o uso de fertilizantes, mutação genética e o desmatamento desnecessário. É possível que haja mais controle sobre as culturas agrícolas modificadas para que a polinização não selecione negativamente a biodiversidade. Também, com a rotação de culturas, a degradação do solo não ocorre, pois os nutrientes são constantemente reciclados pelas plantas e, se necessário, apenas é feito uma correção de Ph (solo com característica ácida ou básica). As ações humanas dificilmente têm, de imediato, visão das consequências para o futuro. Por isso, é necessário que haja maior incentivo tanto nas tecnologias quanto na ética e moral do ser humano. Tendo em vista a preservação da natureza para as gerações que virão, o Governo Federal, em parceria com iniciativa privada, poderá financiar o crescimento do setor de pesquisas tecnológicas e tornar obrigatório o ensino de sociologia, filosofia e informática nas escolas públicas e privadas. Também, no setor agrário, poderá diversificar os plantios fazendo rotações de cultura de acordo com as características climáticas e de solo de cada região, assim, contribuindo para o bem estar social atual e para as gerações futuras.