Título da redação:

A Lógica do Capital e o Sacrifício Ambiental

Proposta: As ações humanas atuais e a herança para o futuro

Redação enviada em 17/04/2016

Durante os duzentos anos que se seguiram entre a Revolução Industrial (por volta e 1750) e o final da Segunda Guerra Mundial (1945), amplos espaços da superfície terrestre foram transformados levando à frente o desenvolvimento do capitalismo. Esse perverso sistema econômico, baseado na lógica do capital, transforma o consumo em ideologia de vida; causando a intensificação da exploração dos recursos naturais e o comprometimento da vida atual e futura, seja pelo escasseamento de recursos naturais ou pela poluição ambiental. Antes da Revolução industrial a humanidade vivia em um meio natural desde a Pré-história, pois as técnicas e objetos técnicos criados pelos seres humanos ainda tinham como principal característica a adaptação às condições impostas pelo meio natural; conforme a análise do geógrafo Milton Santos. Mas durante esses dois séculos os homens passaram a transformar intensamente o meio natural, colocando sobre ele grandes objetos técnicos como ferrovias, hidrelétricas, rodovias, portos, grandes cidades e amplos campos de cultivo e criação de animais. Ou seja, as ações humanas se tornaram capazes de adaptar o meio às suas necessidades e não o contrário. A necessidade de buscar o lucro, principal objetivo do sistema capitalista almejado pelos grupos empresariais e governamentais, criou uma associação direta entre o aumento de produtividade e o aumento brutal do fornecimento de matérias-primas e outros insumos industriais, por exemplo: água e energia. Essa associação é sustentada pelo consumo compulsivo das massas populacionais, prática resultante da intervenção dos meios midiáticos que converte a noção das verdadeiras necessidades da maioria das pessoas pela busca da “satisfação” através do consumo exagerado de bens. E como consequência dessa associação os recursos naturais (solo, combustíveis fósseis, florestas, água e etc) são explorados como se fossem infinitos e a quantidade da liberação de rejeitos prejudiciais (hormônios, detergentes, metais pesados e outros) no meio ambiente é aumentada proporcionalmente. Ou seja, o meio ambiente é sacrificado, pela contaminação dos rejeitos e pela exploração exacerbada dos recursos naturais em prol do sistema capitalista. Dessa forma a vida atual e futura ficam comprometidas, já que as boas condições ambientais são indispensáveis para a continuidade da vida no planeta. Portanto, para que haja o desenvolvimento das técnicas, dos objetos técnicos e do sistema econômico em coerência com a preservação ambiental é preciso que as pessoas consumam de acordo com as verdadeiras necessidades. Além disso é preciso conscientizar a sociedade através da apresentação de fatos relativos à poluição, ao escasseamento ou esgotamento de recursos naturais que causam problemas atuais com reflexos negativos no futuro; na esperança de que a racionalidade prevaleça para estimular a reflexão sobre o estilo de vida, de ênfase no consumo, se os fazem realmente felizes. Ademais, é preciso que os governos e as empresas invistam em meios sustentáveis para depositar os rejeitos, no desenvolvimento de fontes de energia renováveis e nos estudos dos efeitos das alterações da superfície terrestre ao longo prazo, através de projetos realizados em convênio com as universidades. Desse forma será possível garantir a manutenção de boas condições ambientais em conformidade com o desenvolvimento das sociedades sem afetar as autuais populações e as futuras gerações.