Título da redação:

Reprodução da Era de Mauá

Tema de redação: Alternativas para o escoamento de produtos no Brasil

Redação enviada em 30/08/2018

Em meados do século XIX iniciava-se a industrialização moderna no Brasil, também conhecida como Era Mauá. Apesar de todo o investimento em ferrovias e maquinários de trens, em 1956 foi lançado o ilustre plano do governo de Juscelino Kubitschek "Cinquenta anos em cinco" que tinha como base ampliar o uso das rodovias. Nesse ínterim, atualmente, essa revolução realizada por JK tem onerado o escoamento dos produtos brasileiros, por isso, os políticos e empresários buscam alternativas econômicas. Em primeira instância, vale ressaltar que os latifúndios são referência na produção de grãos, os maquinários e as técnicas utilizadas são de ponta, basta ver que o agronegócio é o fator que mais proporciona crescimento do PIB. Entretanto, o que tem impedido a economia nacional de ser alavancada são os obstáculos enfrentados no transporte de grãos, haja vista a precariedade das rodovias não privatizadas, ausência de manutenção das estradas, além do que caminhões não são adequados para fazerem escoamento de longas distância devido à perda da produção no caminho. Desse modo, de acordo com o G1, os agricultores do Brasil deixam de ganhar 1 bilhão por ano. Por outro lado, o governo do estado do Mato Grosso do Sul, juntamente com o Governo Federal, têm investido na rota bioceânica, que visa interligar o município de Porto Murtinho até o Chile. Nesse cenário, a proposta parece bastante satisfatória, pois promete uma rodovia de qualidade, minimiza distâncias e facilita a logística com um novo corredor de exportação. Contudo, o Brasil enfrenta um quadro de obras inacabadas e, em tantas trocas de governos e interesses políticos, a rota bioceânica pode não ser concluída. Ademais, outra alternativa que facilitaria o abastecimento interno, diminuiria o custo para o consumidor e aceleraria o escoamento, é o uso das ferrovias que foram abandonadas. No entanto, a realidade brasileira é que as ferrovias não estão interligadas, os trilhos não são os mesmos, ou seja, exigiria uma reforma em toda a malha ferroviária, de modo que tudo fosse uniformizado para que os trens possam percorrer do Arroio ao Chuí. Logo, essa mudança demanda tempo e apoios governamentais, para que a administração pública não acumule mais uma obra inacabada. Infere-se, portanto, que para gerar alternativas para o escoamento de produtos no Brasil, cabe ao Governo Federal juntamente com as Secretarias de Obras das unidades federativas, investirem na uniformização da malha ferroviária nacional, por intermédio de licitações e contratos, a fim de que o país seja interligado por vias iguais e acessíveis. Vale ressaltar que para isso é necessário que seja feito um Congresso, com o fim de que os estados cumpram com o acordo, independente dos governos sucessores, afinal, trata-se de um investimento de longo prazo. Somente assim, não haverá 1 bilhão perdido anualmente e a ideia do Barão de Mauá será reproduzida.