A greve dos caminhoneiros, que paralisou o país no ano de 2018, demonstrou a enorme dependência dos produtores brasileiros ao modal de transporte rodoviário. Além disso, explicitou que o setor de mobilidade, no Brasil, urge por investimentos público-privados a fim de melhorar a infraestrutura da malha de distribuição logística, tanto para o sistema de rodagem em estradas como para as hidrovias e ferrovias, com o intuito de diversificar os métodos de deslocamento de produtos. Conforme dados da Confederação Nacional de Transportes (CNT), 61% de toda produção nacional foi transportada, no ano de 2009, por meio de rodovias. Esse fato demonstra o legado deixado pelo presidente Juscelino Kubitschek que optou por focar investimentos na indústria automobilística, priorizando a construção de malhas rodoviárias em detrimento de outros modais de transportes. Na época, os investimentos renderam frutos, porém, hoje em dia, a fragilidade do plano, outrora latente, manifesta-se com a predominância do modal rodoviário em detrimento dos demais, os quais têm melhores custos benefícios, além de possuírem maior capacidade de carga. Entretanto, não se deve deixar o transporte rodoviário menosprezado. Ele é sim uma excelente forma de escoamento de produtos, por isso deve ter incentivos com a melhoraria de estradas existentes, construção de novas estradas e a redução de impostos sobre o preço do diesel, com vistas no barateamento dos custos desse modal. Dessa forma, melhorando a competitividade dos produtos brasileiros, haja vista que a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) afirma que em torno de 45% do valor de um produto se deve aos gastos com a logística. Destarte, fica evidente que faz-se mister um maior investimento em todos os setores de transportes com o intento de melhorar o escoamento de produtos no Brasil. Desse modo, o Ministério do Transporte, em conjunto com o setor privado, deve realizar estudos e investimento na criação de malhas ferroviárias, hidroviárias e dutoviárias para minorar o monopólio do modal rodoviário, criando, assim, uma maior diversificação do sistema logístico nacional o que culminará com a redução de gastos com deslocamento de produtos, ajudando, por conseguinte, a baixar os preços dos produtos para o consumidor final, o qual, em grande parte, é o povo brasileiro.