Maio de 2018 ficou marcado no Brasil pelo evento que mais impactou a economia local nas ultimas décadas, a greve dos caminhoneiros. Apesar das dimensões continentais, o país parou; o sistema rodoviário foi o mais afetado, revelando o déficit da nação no que se diz ao escoamento de produtos. Nesse contexto, seja pela industrialização desenfreada do último século, seja pela falta de incentivos governamentais à infraestrutura, a problemática se torna gradativamente mais preocupante. Os países em desenvolvimento sofreram, no século XX, uma rápida industrialização, tornando-se, em décadas, países urbanos. Dessa forma, impulsionados pelas grandes potências capitalistas que buscavam por novos mercados consumidores, o sistema rodoviário do Brasil foi altamente inflamado, enquanto os demais modais – não geradores de tamanho lucro -, como o ferroviário e hidroviário, foram quase que deixados de lado, apesar de serem menos custosos. Ademais, o Governo Federal falta com projetos que incentivem à uma melhor infraestrutura nos modais. Os custos com o escoamento de produtos em países como a Argentina e Estados Unidos chega a apenas um quarto do que o Brasil gasta. Isso se deve, principalmente, à falta de modais alternativos, como o ferroviário, que seriam opções mais viáveis, em conjunto com o mal estado do sistema rodoviário, que apresenta alguns de seus principais trechos, como as BRs 163, 262 e 267, em mal estado, carecendo de vias duplicadas. Logo, visando melhor qualidade no escoamento dos produtos, o Estado deve interferir. No fito de tornar o transporte mais rápido e barato, o Ministério da Fazenda, alinhado ao Ministério do Planejamento, deve criar um projeto que construa, nos próximos anos, por meio dos impostos coletados com a exportação de produtos, um sistema ferroviário diversificado e interiorizado. Concomitantemente, pedágios devem ser instaurados nas grandes vias rodoviárias, tornando possível o atual meio de escoamento de produtos e uma maior qualidade do mesmo. Somente assim, os problemas escancarados pela greve serão amenizados e, gradativamente, eliminados.