Desde o advento da Revolução Industrial no século XVIII, a sociedade é desafiada a lidar com mudanças e adaptações que se revelam na necessidade de superar a dificuldade de escoamento de produtos no Brasil. Isso continua a permear a convivência cidadã, devido à falta de atitude governamental e à perpetuação de uma cultura individualista. Diante disso, é preciso conhecer os diversos estigmas desse problema, na propensão de solucioná-lo. Primeiramente, vale pontuar que a persistência de transporte de produtos por rodovias, no Brasil, possui estreita relação com a falta de projetos focados em ferrovias e hidrovias. Essa conjuntura valida-se no fato de que, apesar do Brasil ser recheado de rios, o que facilitaria o transporte por hidrovias, muitas rodovias continuam a ser as principais formas de transporte. Nesse sentido, em um artigo publicado pela Folha de São Paulo, o jornalista Élio Gaspari afirma que a recorrência desse revés se deve à fragilidade da máquina jurídica do país, tornando, assim, a reversão desse paradigma um importante dever político nacional. Em semelhante proporção, a cultura individualista é um mecanismo intenso desse impasse. Isso porque o passado histórico ainda repercute no meio social, congeminando a inércia do sodalício mediante situações deturpadoras, como delimitar os direitos de uma minoria, todavia revogados às vítimas dessa forma de transporte, ultrajada pela mentalidade notadamente errônea, fruto da base colonial brasileira. Nessa perspectiva, o filósofo Maquiavel pressupõe que é perigoso libertar um povo da escravidão, apontando, dessa forma, para a imprescindível ruptura desse cenário. A falta de atitude governamental, consonante à cultura individualista, são, portanto, importantes vetores da problemática. Destarte, é imperativo que o Governo Federal invista em projetos que visem a viabilização de rios para transporte de produtos, aderindo hidrovias, que substituam rodovias. Assim, será possível diminuir os impactos ambientais, como a poluição pela queima de combustíveis fosseis, além de diminuir o custo do produto final e os acidentes causados por falta de sinalização. Pondo em xeque essas medidas, será mais fácil escoar produtos no Brasil.