“Stop. A vida parou ou foi o automóvel? ”. No poema expresso, Carlos Drummond evidencia um sentimento de neutralidade diante da vida, no século XX. Por outro viés, também é possível retratar a constatação de um dia a dia com a presença recorrente de uma larga escala de veículos, tornando assim, a locomoção diária um caos, que sem alternativas, piorou ainda mais após os anos 2000. Desse modo, urge a necessidade da análise da questão para tornar a locomoção do brasileiro mais eficaz e pacífica. Mormente, é relevante ressaltar que, ao contrário do que se imagina, o transporte ferroviário já brilhou em solo nacional. Por conseguinte, em meados do século XIX, a economia cafeeira estava no auge, e junto a ela, a ascensão das ferrovias. Com isso, era possível obter entregas rápidas com menor custo, diante de um país continental como o Brasil, entretanto, com a queda do café, os trens foram substituídos por caminhões, o que gerou impactos para a economia, devido à necessidade de serem percorridas longas distancias com a utilização de um combustível caro em estradas de péssimas condições. É importante destacar, em segunda instância, que para o transporte ser eficaz, ele precisa vencer a barreira da distância em um curto espaço de tempo. Outrossim, segundo a CNT (Confederação Nacional do Transporte), mais de 60% dos estados brasileiros se enquadram no estado regular, ruim ou péssimo, tornando-se claro que o transporte rodoviário não cumpre com as obrigações necessárias, tanto por falta de investimento, quanto por não ser o ideal para um território de 8,5 milhões de quilômetros quadrados. Não obstante, devido ao largo escoamento intercontinental e sua grande capacidade aquífera, seria viável a utilização de meios hidroviários, todavia, mesmo sendo o mais econômico, o Governo brasileiro não investe em portos, impossibilitando sua utilização. Logo, para contrariar o poeta Modernista, tornam-se indispensáveis implementações para a manutenção do fluxo do escoamento de produtos. Portanto, o Governo, unido ao Ministério dos Transportes, devem estudar novos meios para escoar as produções, como o transporte hidroviário e o ferroviário, realizando o investimento em ferrovias e portos, estabelecendo uma meta de 5 anos para a mudança parcial da dependência das rodovias e ruas. Além disso, cabe à população o acompanhamento da realização dos trabalhos para garantir a realização das metas. Espera-se com isso, um fluxo melhor nas estradas, concomitante à garantia da qualidade e economia no escoamento.