O governo de Washington Luís foi marcado pela máxima: governar é abrir estradas, com a inauguração da primeira rodovia asfaltada do país(Rio-Petrópolis). Contudo, governar não é tão simples quanto o presidente deixou parecer. No atual cenário de saturação do modelo rodoviário somado às recentes greves dos caminhoneiros, torna- se evidente a necessidade do escoamento dos produtos no Brasil abandonar a hegemonia do rodoviarismo e buscar outras alternativas como as ferrovias e hidrovias. O escoamento da produção é o principal fator na cadeia da balança comercial a ser levado em conta na economia de um país, pois não adianta, caso do Brasil, ser o país que mais cresce na produção de alimentos, se a produção não é devidamente escoada para os portos, devido às péssimas condições das principais rodovias e a alta carga tributária sobre os produtos. Nesse contexto, é interessante a nação verde amarelo se espelhar na China, principal produtora de alimentos no mundo, apresenta o rodoviarismo consideravelmente desenvolvido, mas optou por priorizar o escoamento da produção via transporte ferroviário, pois a capacidade de carga transportada é extremamente maior, apresenta baixa vulnerabilidade a perdas, além de levar menos tempo no trajeto, já que não está à mercê dos tráfegos urbanos, majoritariamente presente na realidade brasileira. Ademais o Brasil apresenta um alto potencial hidroviário no transporte fluvial e marítimo, graças aos seus rios de planície e pela grande costa litorânea, além da navegação cabotagem que se dá entre portos marítimos de um mesmo país. Vale ressaltar o descarado e imprudente descaso do âmbito político e econômico, representante dos interesses da classe dominante, na tomada de decisões. Os lobbys e favoritismos políticos, garantidores dos interesses dos setores automobilísticos e petrolíferos, também vistos no governo JK para a implantação do rodoviarismo, por meio da supressão de quaisquer mudanças na matriz de transporte impedem o desenvolvimento de hidrovias e ferrovias no território nacional. Destarte, cabe ao Governo Federal adotar uma postura austera perante ao jogo de interesses presentes nas principais instituições da nação, visando diversificar os meios de escoamento da produção por meio de medidas como: incentivo a construção de ferrovias recorrendo também a acordos com empresas privadas, visando aumentar a malha ferroviária brasileira, por consequinte, o número de cargas transportadas e a consolidação da confiabilidade entre empresário e nação. Além disso, construir pequenos portos ao longo da costa, visando aumentar a navegação via cabotagem, com um intuito de também diminuir o tempo de viagem, aumenta da carga carregada e a longo prazo beneficiar a economia brasileira.