No Governo de Juscelino Kubitschek, marcado pelo desenvolvimentismo econômico, houve um grande investimento na malha rodoviária em função do estímulo à entrada de indústrias automobilísticas no Brasil. Dessa forma, o modal rodoviário foi priorizado e tornou-se o principal meio de escoamento de produtos, porém isso gerou consequências que impactam até hoje o país. Nesse sentido, manter esse sistema sem que haja alternativas pode sufocar ainda mais o transporte rodoviário. Primeiramente, uma das consequências dessa priorização é o rápido desgaste das estradas com o grande fluxo diário de veículos pesados. Apesar da construção de rodovias ser mais barata a curto prazo, sua manutenção requer custo maior. Isto faz com que diversas estradas do país estejam em péssimo estado, podendo causar dano às cargas, desperdício de alimentos e aumento no custo final dos produtos. Além disso, por possuir um extenso território, o Brasil se interioriza cada vez mais ao expandir suas fronteiras agrícolas, o que provoca um aumento dos custos de logística para o escoamento da produção, segundo o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Ademais, o país possui um elevado potencial hidroviário que é desperdiçado, considerando-se o baixo histórico de investimentos no transporte por hidrovias, mesmo havendo muitas vantagens, como o baixo custo, a grande capacidade de carga e o baixo índice de emissão de gases poluentes. Outra opção seria o transporte ferroviário, que assim como o hidroviário, possui as mesmas vantagens, e embora seja mais cara sua construção, ainda tem mais benefícios em relação ao sistema rodoviário. Torna-se evidente, portanto, que a dependência brasileira do transporte rodoviário precisa ser solucionada, e que alternativas para isso são possíveis e viáveis. É necessário que o Estado, através do Ministério dos Transportes invista e fomente o desenvolvimento de meios diferenciados de transporte para o escoamento de produtos. Ainda, em parceria com o BNDES, realize investimentos na infraestrutura das rodovias a fim de melhorar o deslocamento das mercadorias. Além disso, é válida a implantação de hidrovias, especialmente na Região Norte, onde há dificuldades geográficas, como reservas indígenas e a preservação ambiental, para a implantação de ferrovias e rodovias. Desse modo, essas propostas poderiam evitar uma crise no sistema rodoviário, como aconteceu recentemente no país.