Segundo Émile Durkheim, quando há um caos social capaz de provocar inúmeros prejuízos, a sociedade encontra-se anômica. Nesse sentido, no Brasil, os elevados índices de violência infantil vão ao encontro da anomia proposta por Durkheim. Sendo assim, a violência precisa ser combatida a fim de garantir a integridade física e moral das crianças. Essa violência é fruto de uma construção cultural responsável por tratar a criança como um adulto incompleto. Durante a revolução industrial, por exemplo, muitas crianças morreram ou foram mutiladas ao serem forçadas a trabalhar nas fábricas. Isso revela que a sociedade da época não respeitava as especificidades da fase infantil. Apesar dos inegáveis avanços, como o ECA, a violência aos menores persiste de forma sistemática. É preciso, portanto, descontruir a mentalidade repassada através dos tempos para, a partir disso, oferecer um tratamento condizente com a sua realidade. Essa mudança comportamental, contudo, deve partir de uma ação integrada de vários atores. Nota-se que, na teoria, a criança possui todos os direitos assegurados pelas leis. Na prática, entretanto, como a maioria dos casos de agressão ocorre no ambiente familiar, a vítima é coagida a não denunciar. Ademais, em outros casos, a exemplo dos menores desprovidos de lar, a situação em que se encontram é de total abandono. Dessa maneira, não encontram amparo para denunciar a situação de marginalização e de violência na qual estão inseridos. Destarte, é preciso pôr fim ao estado anômico da sociedade brasileira a fim de combater qualquer tipo de violência infantil. Assim, o Estado é responsável por garantir o pleno funcionamento das leis. Nas escolas, por sua vez, os profissionais devem estar atentos às mudanças comportamentais de seus alunos para identificarem sinais de agressão. Caso se confirme, é papel dos educadores acionar os meios legais para garantir a integridade física da criança. Campanhas midiáticas, por fim, são responsáveis por conscientizar a sociedade em relação ao combate à violência infantil.