Título da redação:

Os anjos querem um basta!

Proposta: Alternativas de combate à violência infantil no Brasil

Redação enviada em 03/05/2017

No documentário “A Ira de Um Anjo”, que retrata as consequências do abuso infantil a partir da análise de um caso clínico real, é narrada a história da menina Beth Thomas que fora abusada físico e sexualmente por seu pai biológico. Essa e outras histórias são bem recorrentes na atualidade brasileira e se mostram cada vez mais frequentes devido à dificuldade na captação de denúncias e à falta de conhecimento da população sobre o tema em si. De certa forma, a captação de denúncias sobre abuso infantil no país é bem precária, tendo em vista que só no dia quatro de abril de 2017 foi sancionada uma lei que estabelece a garantia de crianças e jovens a serem ouvidos devido a abusos sofridos. Isso demonstra um profundo atraso na legislação de proteção aos direitos da pessoa humana no país e põe em pauta a dificuldade em captar as denúncias , pois são poucos os meios pelos quais a vítima pode denunciar de maneira segura e também são escassos os profissionais que têm a capacidade de identificar que uma criança sofre abuso infantil. Além disso, percebe-se que o conhecimento popular sobre o tema é bastante limitado, tendo em vista que são poucos os programas de conscientização que abranjam as comunidades. Essa limitação em conhecer o tema faz com que a maioria pense que abuso infantil se restringe a agressões físicas, quando na verdade se trata também de abuso psicológico e sexual. De acordo com a psiquiatra Cecy Dunshee de Abranches do Instituto Federal Fluminense, seja de qual for a natureza da violência, o abuso infantil em si pode levar ao desencadeamento de problemas sérios à criança como humor depressivo, isolamento e dificuldades no aprendizado, além de outros males que levarão à formação de um adulto frustrado. Diante do exposto supracitado, urge que o tema seja tratado como um problema de saúde pública e abranja algumas estruturas importantes do país. Posto isso, o Governo, por via do Ministério da Educação, deve instituir a Semana Nacional de Combate ao Abuso Infantil nas escolas, nas quais serão disponibilizadas palestras às famílias e atendimento individualizado gratuito aos alunos, visando identificar o maior número de casos possíveis e também fazer seus corretos encaminhamentos. Outra medida necessária é que o Ministério das Comunicações institua, durante um ano, a obrigatoriedade do tratamento do tema nos meios midiáticos principalmente durante o horário nobre, visando a conscientização geral sobre o tema.