O filme Marcas do Silêncio, vencedor do prêmio Emmy em 1997, conta a história de uma menina violentada frequentemente pelo padrasto, o que trouxe angústia, medo e insegurança à criança. Assim como nos cinemas, a violência infantil conduz consequências trágicas e irreparáveis à vida das vítimas. Sendo assim, esse é um problema que precisa ser sanado. Segundo o filósofo Jean-Paul Sartre, a violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota. Dessa forma, a prática da agressão física, sexual, moral ou psicológica à crianças, configura uma perversidade que, além de deixar marcas memoráveis, acarreta insegurança, medo, pânico e incapacidade de confiar. Sentimentos esses, que são, na maioria das vezes, irreparáveis e se conservam por toda a vida. Um dos problemas relacionados a tal situação é a dificuldade em se identificar os casos de agressão, visto que, segundo o Ministério da Saúde, a maior parte deles são cometidos pela própria família. Aliado a isso, o amplo descumprimento das leis de garantias de direito e segurança das vítimas e a carência na divulgação de campanhas de conscientização, são fatores que contribuem para a manutenção da violência infantil no Brasil. Portanto, para que a erradicação desse problema seja alcançada, é necessário, primeiramente, que o Ministério da Saúde juntamente com o Ministério das Comunicações, se comprometam a fazer amplas campanhas de prevenção e de conscientização regularmente, utilizando os recursos midiáticos nesse processo. Além disso, é necessário utilizar nas escolas e instituições de ensino, psicólogos e professores treinados, que reconheçam na criança, aspectos que identifiquem a opressão, como hiperatividade e introversão. Ademais, a criação de uma ouvidoria pública online, amplamente divulgada, em que as crianças e os adolescentes possam relatar, anonimamente, agressões sofridas, é indispensável para que o conselho de segurança local tome as medidas cabíveis, diminuindo, assim, os casos de violência infantil no Brasil.