Torturas, ausência de zelo com as crianças e a despreocupação frente às causas infantis representam algumas das inúmeras ações relacionadas à violência infantojuvenil no Brasil. Tais ações desencadeiam um retrocesso ético-social, e geram também prejuízos psicológicos à vida daqueles que enfrentam a violência no dia a dia. Não é de hoje que essa mazela acompanha a sociedade, em especial as crianças, que desde a Revolução Industrial sofriam com as péssimas condições de trabalho nas fábricas e não havia nenhuma proteção garantida. Na sociedade globalizada, a realidade não é outra: muitas crianças ficam à margem social, trabalhando, sendo exploradas, esgotando suas perspectivas de futuro e aniquiladas pelo próprio meio, não deixando isso de ser uma forma de violência, já que assim seus direitos não são exercidos. Dessa maneira, desenvolve-se um retrocesso ético-social, pois em vez de se obter maior engajamento para as criança conquistarem seu espaço, estas são, em alguns casos, violentadas pela família, vítimas de pornografia e de outras atitudes repressoras. E, muitas delas são vulneráveis a essas práticas, uma vez que não possuem capacidade de se defender dessas agressões, o que desenvolve nelas comportamentos estranhos e um trauma da própria infância, considerada uma boa fase da vida. Além disso, causa danos psicológicos, como depressão, baixa autoestima e dificuldades de se relacionar em ambientes escolares ou familiares, pois o abuso, seja ele de qualquer tipo( físico, verbal, sexual ou simbólico) deixa marcas que serão carregadas por um bom tempo. Algo que impede a criança de ter uma vida normal e sadia. Nessa perspectiva, para o fim do cenário da violência infantil, é imprescindível o esforço coletivo. A delegacia de proteção ao menor, aliada às denúncias das vítimas, necessita evitar a impunidade, colocando em prática ações rígidas que cheguem ao agressor. A sociedade, por intermédio da mídia, deve disseminar por meio de campanhas conscientizadoras a ideia de que a violência infantil deixa marcas na infância, com o intuito de alertar as pessoas e não deixar as vítimas caladas diante das agressões. Ademais, as Instituições de ensino precisam discutir a questão da violência desde as primeiras séries, com projetos educativos mas também dialogar, a fim de afastar esse mal das crianças. E, ainda, o próprio indivíduo buscar agir com ações éticas ao seu redor, de modo a respeitar o próximo e não o ofender, pois, como dizia Immanuel Kant: " O ser humano é aquilo que a educação faz dele".