Título da redação:

A cultura da violência infantil no Brasil

Tema de redação: Alternativas de combate à violência infantil no Brasil

Redação enviada em 24/05/2017

A violência infantil tem vários aspectos (físico, psicológico, sexual, a negligência, o trabalho infantil) e todos estes, de alguma forma, são aceitos na nossa legislação ou cultura. Por isso precisamos mudar nossas leis e principalmente nossos costumes. Primeiramente, a violência física e psicológica está muito presente no cotidiano privado da família por meio da “palmada que educa”, mesmo com o advento da “Lei do Menino Bernardo”. Por exemplo: a violência física ainda é, de acordo com estudos da Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais, líder em atendimentos no SUS, dentro dos atendimentos envolvendo violência. Já a negligência e o trabalho infantil muitas vezes andam juntos, quando uma criança é colocada para realizar trabalhos que vão além dos seus limites físicos ou de sua maturidade. Ao colocarmos um pré-adolescente sozinho em casa para cuidar de outra criança menor praticamos a negligência; ou no caso do pai que postou nas redes sociais um vídeo de seu filho de 12 anos rebocando uma parede, um trabalho pesado que poderia prejudicar a saúde do menor, pois seu corpo não tem maturidade física, sendo que o responsável teve apoio de muitos na internet. Com relação a violência sexual, podemos observar como a nossa legislação é permissiva com o relacionamento sexual de um adolescente com um adulto ao autorizar o casamento entre estes. Nesta faixa etária, a partir de 16, não há maturidade psicológica, física, não há independência financeira e frequentemente o jovem ainda não terminou os estudos, mas mesmo assim é permitido o casamento, que é algo tão sério que requer maturidade que muitos adultos não têm. O jovem sai do seio de sua família para depender emocionalmente e financeiramente de outra pessoa. Lembrando que para casar aos 16 anos significa que antes, aos 15, havia algum tipo de relacionamento amoroso. Infelizmente nossa legislação disfarça uma violência sexual, que não é só o estupro, mas qualquer forma de manipulação do jovem inexperiente para alcançar a consumação carnal. Todos estes exemplos servem para comprovar como a violência infantil faz parte da nossa cultura e até certo ponto é permitida pela nossa legislação. Logo são necessárias iniciativas em duas frentes, a primeira para mudar a nossa legislação, e a segunda para conscientizar tanto os jovens nas escolas de seus direitos e de sua fragilidade, quanto os adultos, por meio de debates públicos em meios de comunicação de grande alcance, de suas responsabilidades em zelar pela integridade física e moral e pelo futuro do infante.