De acordo com o Tribunal de Contas da União, cada cidadão brasileiro trabalha em média cerca de três meses por ano apenas para pagar impostos. Porém, ainda assim milhares destes contribuintes pagam mensalmente um plano de saúde, visto que o Estado não cumpre seu dever de garantir um sistema público de saúde eficiente e capaz de atender a população. Portanto, embora o dinheiro para manter o SUS seja recolhido, ele não chega ao seu destino. Diante desse quadro dramático uma série de segmentos da população é afetada. Sofrem aqueles que carecem de atendimento e/ou vaga hospitalar, porém não conseguem, visto que a demanda é maior que a oferta. Por outro lado, sofrem os “sortudos” que conseguem desfrutar do SUS, pois a falta de recursos culmina na frustração e, muitas vezes, manutenção do mal que lhes aflige. Ademais, sofrem também os profissionais da área da saúde por verem-se de mãos atadas perante a escassez de recursos e a sobrecarga dos doentes. Por fim, sofrem os familiares dos doentes, em virtude de sua impotência. Assim, percebe-se que o grande problema do sistema público de saúde do Brasil não se centraliza na dificuldade de acesso, mas sim em tudo o que concerne a ele. Ou seja, a estrutura física, a composição profissional, a quantidade de recursos, entre outros fatores. Portanto, tendo em vista que o dinheiro é arrecadado, mas não atende as necessidades para as quais foi recolhido, ou a gestão é ineficaz ou a verba não chega à mão dos gestores. Em linhas gerais, é imprescindível para uma mudança a cobrança por parte dos contribuintes em relação aos gestores, a fim de que haja uma investigação para indicar onde está a falha. Na sequência, combater o problema com medidas estratégicas e colocar em prática um sistema de fiscalização serão necessários.