Após a queda do muro de Berlim em 1989, a maior parcela dos países adotou o sistema econômico capitalista. Esse sistema fundamenta-se no neoliberalismo, que tem como filosofia a ausência do Estado assistencial. No Brasil tem-se o Estado mínimo, em que o governo garante os serviços básicos, de maneira simplória não sendo um concorrente do capital privado. Nesse contexto, tal política concatena-se com os problemas que assolam o sistema público de saúde do país, a medida que limita a ação governamental. Diante disso, a área da saúde é marcada, sobretudo pela precariedade dos serviços ofertados e pela superlotação. Em primeira instância, a saúde pública não supre a demanda dos brasileiros. Em geral, a maioria dos hospitais sofre com a superlotação de seus leitos, pois o número de enfermos é superior a capacidade desses estabelecimentos. Tal fato é preocupante quando se observa um quarto de hospital com vários indivíduos ou um corredor preenchido por macas. Em segundo plano, tem-se a má qualidade dos serviços prestados à sociedade. Nesse sentido, seja pela falta de médicos, medicamentos ou estrutura, os hospitais públicos são sinônimo de carência. Muitos profissionais dessa área alegam que a falta de médicos determina esse cenário. Nessa perspectiva, alguns médicos e enfermeiros deixam de atuar na rede pública, já que muitos hospitais se quer cumprem com a sua folha de pagamento. Subentende-se, portanto, que boa parte das adversidades do sistema público de saúde brasileira é fruto da ausência de recursos. Nota-se a ligação entre tal carência e a perspectiva neoliberal de Estado mínimo. Diante do exposto, o combate aos problemas dar-se-ão com uma postura mais ativa por parte do Ministério da Saúde, sobreponde-se a política do Estado mínimo, o que possibilita maior investimento nos hospitais, com a criação de novos leitos, manutenção e pagamento adequado dos profissionais de saúde.