Um sistema de saúde que atenda a população: disponibilidade de médicos, boa infraestrutura em hospitais e clínicas, e acesso a serviços de qualidade por pessoas de baixa renda. Essa realidade parece utópica aos olhos do brasileiro, quem tem de conviver com a ineficiência e a incapacidade do Sistema Único de Saúde. Ao analisarmos a obra de Monteiro Lobato com o amarelão de Jeca-Tatu, pode-se constatar que esse problema no acesso a saúde não é recente e é resultante seja de uma má gestão dos recursos públicos, seja de um sistema focado no tratamento e não na doença. É indubitável que a má gestão dos recursos públicos é contribuinte da calamidade da saúde brasileira. Em setembro de 2017, a Rede Globo, através do programa "O Fantástico", exibiu um grave escândalo de corrupção no Maranhão: mais de 100 milhões de reais haviam sido desviados de verbas da Secretaria de Saúde, o que resultou na ausência de leitos, medicamentos e médicos suficientes. Esse fato já é rotineiro tendo em vista a reação da população, a quem as manchetes já não mais impressionam. Diante desse problema, há de ser feito algo para conter as pessoas corruptoras da máquina pública. Ademais, a estruturação do sistema, focado no tratamento e não na prevenção corrobora para a piora da assistência ao povo. Segundo o Dr. Drauzio Varella o governo deve focar em prevenir doenças e não em tratá-las. Isso pode ser explicado em decorrência da demanda excessiva que se tem atualmente de pessoas precisando de intervenção médica, dentre as quais muitas não teriam necessidade disso se, antecipadamente, houvesse sido feito uma prevenção. Portanto, tendo em vista o caos presente hoje, prevenir é uma excelente solução. Com base na ausência de eficiência e utilidade do SUS urge-se portanto que a sociedade e o governo cooperem para atenuar os problemas desse serviço. A população deve pressionar que seus representantes na Câmara Legislativa deem mais poder e autonomia a dois órgãos, que combatem o desvio de verbas: o Ministério Público e o Tribunal de Contas. Assim, ambos terão mais capacidade de investigar e punir infratores. Por outro lado o governo deve incentivar serviços e ações de prevenção às doenças, bem como esportes, visitas de assistentes sociais e mutirões com o intuito de realizar um "check-up" no povo. Desse modo o Brasil será capaz de combater um problema que o assola há tempos.