Durante a Revolta da Vacina, ocorrida no início do século XX, houve um embate entre a medicina popular e a acadêmica, o que gerou conflitos entre a população e o Estado. A partir de tal contexto, inseriu-se no Brasil avanços medicinais que auxiliaram sobremaneira a vida dos seres humanos. Apesar desse progresso, hodiernamente, no país, o sistema de saúde pública está precário, uma vez que a maioria dos hospitais apresenta superlotação e há falta de infraestrutura adequada, principalmente nas regiões interioranas. Para o teórico político inglês Thomas Hobbes, os indivíduos participantes do Contrato Social são munidos de direitos e deveres. Dentre aqueles, está o direito à saúde. Não obstante, é notório que, no Brasil, tal direito não é de todo cumprido, já que se observa inúmeros hospitais com condições deletérias, apresentando superlotação. Consequência disso é a ocorrência, em grande escala, de pessoas morrendo sem ao menos receber um atendimento médico, tendo em vista o número considerável de seres humanos que os hospitais normalmente comportam. Além disso, tal característica confere aos hospitais públicos condições insalubres de tratamento. Ademais, vale inferir que a falta de equipamentos necessários ao atendimento médico é um dos problemas enfrentados pela saúde pública no Brasil. Isso porque, de acordo com dados do IBGE, cerca de 75% dos hospitais no país não apresentam condições adequadas de tratamento. Tal dado se relaciona, essencialmente, com as regiões interioranas da nação, pois o investimento em tais localidades é insuficiente, tornando recorrente o exemplo de indivíduos que morreram a caminho de cidades cujo sistema de saúde estava mais preparado. Somado a isso, conforme informado pela Organização Mundial da Saúde, mais da metade dos médicos brasileiros estão na região sudeste, porque esta apresenta as melhores formas de tratamento, o que demonstra a necessidade de se priorizar as regiões menos desenvolvidas. Mediante os fatos supracitados, percebe-se as condições precárias de saúde pública no Brasil. Dessa forma, faz-se necessário que o Governo Federal, com o fito de evitar as superlotações, garanta o direito de tratamento de saúde adequado aos brasileiros, por meio do investimento na criação de hospitais públicos que estejam capacitados a cuidar dos cidadãos. De outro modo, é importante que o Ministério da Saúde incentive a migração de médicos das regiões litorâneas às interioranas, por meio do aumento no salário destes, com a finalidade de melhorar o sistema de saúde pública das populações dessas localidades. Assim sendo, a nação brasileira será exemplo no quesito garantia de direito à saúde apropriada.