A Constituição Federal de 1988 estabelece a todos os cidadãos o direito à (dignidade, segurança, igualdade, inclusive o acesso à saúde). Contudo, a realidade vivida sobre a acessibilidade ao sistema público de saúde opõe-se às garantias da Carta Magna, pois as filas gigantes para marcação de consultas, leitos insuficientes em ambientes hospitalares e a demora por atendimento são pontos de fragilidades desse sistema. Nesse contexto, não há dúvida que existem falhas de acesso a saúde no Brasil, o qual ocorre, infelizmente, devido à falta de cobrança da população pelo seus direitos. Em primeiro plano, segundo a lei 8080/90 a qual operacionaliza o atendimento público de forma universal e gratuita tem como propósito de oferecer a população o mínimo de dignidade no que diz respeito à saúde. Porém é imprescindível ressaltar que tais direitos figuram tão somente no papel, haja vista que, torna-se comum nas entradas dos hospitais ou postos de saúde a presença de pessoas, as quais passam dias e noites em intermináveis filas em busca de atendimento médico e ainda correndo o risco de não conseguir atendimento imediato, ou pior, morrem esperando a tão sonha ficha. Consoante à ideia de René Descartes, “Não existem métodos fácies para resolver problemas difícies”, pois muito se discute sobre a acessibilidade ao sistema público de saúde e pouco se faz para melhorar o ingresso dos usuários aos serviços. Outrossim, a crise econômica agrava ainda mais a problemática porque menos recursos são repassados as unidades de saúde, menos medicamentos são oferecidos à população, os números de cirurgias e internações mitigam gradativamente e a saúde torna-se verdadeiramente um caos. De outra parte, por conta de todas as adversidades (exames que demoram, filas imensas e poucos profissionais para atenderem a demanda), muitas pessoas acabam pagando consultas ou plano de saúde. Todavia, o objetivo desse povo é ter um atendimento mais digno, sem esperas e, acima de tudo, ser respeitado não só como paciente, mas também como ser humano. Mediante aos argumentos supracitados, medidas são necessárias para resolver esse problema. Cabe ao Governo Federal com o auxílio do Ministério da Saúde e o apoio da população brasileira planejarem, fiscalizarem e controlarem as ações dos serviços de saúde em todo o país. Os entes governamentais devem ainda criar novas instalações de saúde, ampliar os hospitais existentes, comprar mais equipamentos facilitando a melhoria no diagnóstico e contratar mais profissionais. Não esquecendo ainda que, a sociedade deve agir em conjunto com o governo denunciando irregularidades no sistema e sugerindo melhorias. Desse modo, o direito à acessibilidade de acordo com a Carta Magna deixa o papel e torna-se concreto.