Ao contrário do que muitos acreditam, há possibilidade de doenças que foram, anteriormente, erradicadas, voltarem a circular entre a população de determinado território. Assim, a volta de doenças erradicadas consiste, principalmente, na despreocupação em manter os cuidados após o controle da dessas. E o Brasil não foi isento dessa possibilidade, visto que, desde o início de 2017, a febre amarela – que foi controlada no começo do século atual – reapareceu entre os brasileiros. Em um primeiro plano, é fundamental salientar que há diversos meios para o reaparecimento de doenças já controladas e, além disso, as medidas de contenção devem ser mantidas e não apenas usadas no período de erradicação. Contudo, não foi exatamente isso que veio ocorrendo no Brasil, pois segundo o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, José Rodrigues Couro, o país não investe mais em campanhas sanitárias de prevenção. Dessa forma, a falta de cuidados constantes e saneamento básico que ainda existe em algumas regiões, trás a possibilidade de proliferação de vírus e bactérias por meio dos hospedeiros que ali residem. É preciso pontuar, ainda, que a sociedade tem um eminente papel no controle destas doenças com, por exemplo, combate ao vetor. No entanto, a população deve estar engajada durante todo o ano com os cuidados contra as doenças, e não somente quando há picos de proliferação do vetor, como acontece nas temporadas de verão com o mosquito Aedes Aegypt que transmite a dengue. Sendo assim, se não houver um trabalho contínuo, a doença nunca será inteiramente erradicada, podendo haver casos isolados e que, uma hora ou outra, se alastrará para a população. É imprescindível, portanto, que medidas de longo prazo e constantes devem ser tomadas com, principalmente, a união da sociedade, do Ministério da Saúde e de Órgãos Públicos para solucionar de forma eficaz o impasse. A base da solução consiste na conscientização – por meio de palestras – de todos que, mesmo com a erradicação, os esforços não devem estagnar. E, somados a isso, a volta os investimentos em campanhas sanitárias de prevenção, além de abranger todas as áreas com o saneamento básico, eliminando uma das principais formas de reaparecimento e proliferação, tendo, por fim, um bom início para uma erradicação de sucesso.