Título da redação:

Questão social frente às epidemias reemergentes

Proposta: A volta de doenças erradicadas no Brasil

Redação enviada em 18/02/2017

Cientistas travam batalhas diárias, contra a alta taxa de mutação dos micro-organismos causadores de patologias, em busca de formas para controlá-las. Contudo, após terem sucesso no controle, os reaparecimentos repentinos em endemias e epidemias causam mortes e transtornos à sociedade, em especial aqueles dependentes do SUS (sistema único de saúde). Apesar da taxa de variabilidade genética das viroses e bacterioses, os surtos destes estão mais intimamente ligados à questão social que à variedade gênica. Quanto à questão social, para facilitar o entendimento de sua contribuição no retorno de doenças, é preciso conhecer o Desequilíbrio 90/10. Em um relatório publicado na década de 90 pela Health Research, foi informado que apenas 10% dos recursos em pesquisa médica são destinado à doenças que afetam 90% da população. Assim, se torna fácil a observação do porque doenças trópicas como dengue e malária que afetam, não exclusivamente, mas principalmente regiões pobres não recebem atenção como doenças nórdicas. Além do mais, fatores como precariedade da infra-estrutura sanitária; maior faltar de conhecimento das doenças, sintomas e vetores por camadas mais populares junto ao menor investimento em pesquisas contribuem para maior facilidade de surtos endemiológicos nessas classes. No início do século XX, o RJ passou por reformas sanitaristas e campanhas de vacinações, resultando na revolta da vacina, mas mostrando que, com o controle da febre amarela, tais medidas são eficazes. Na luta contra doenças, o apoio popular se faz de extrema importância, pois esta é o sujeito reflexivo na sentença da vida. Sendo assim, o investimento do governo federal em campanhas conscientizadoras ajudaria quanto ao quesito apoio popular, pois evitariam preconceitos e repulsão à medidas de saúde pública, como ocorreu na revolta da vacina.