Título da redação:

Epidemias como Fênix

Tema de redação: A volta de doenças erradicadas no Brasil

Redação enviada em 23/09/2017

É notório que as doenças reemergentes indicam desequilíbrio ambiental, ineficiência de estudos epidemiológicos e descontinuidade de programas promotores de saúde. Ademais, as epidemias no Brasil foram introduzidas no pais no século 16 em decorrência dos colonos doentes que transmitiam patologias aos nativos. Em adição, o retorno dos males do passado não está ligado apenas às condições socioambientais, outro inimigo silencioso relaciona-se aos micro-organismos resistentes aliados às condições climáticas e socioeconômicas. Dessa maneira, a convergência desses fatores e a imperícia de medidas profiláticas permanentes, estabelecem potenciais condições para desenvolvimento dos principais vetores causadores dessas epidemias flutuantes. Em acréscimo, no Brasil, a urbanização sem planejamento intensifica o ressurgimento de doenças e corrobora para a persistência do agente infeccioso que poderá adquirir novas características genéticas, difíceis de serem prognosticadas ou combatidas. Logo, a falta de pesquisas permanentes em patologias tropicais acentua o grau de ineficiência diante de uma ascensão de causas evidentes. Ainda, o grande desenvolvimento da indústria farmacêutica com a oferta constante de novos medicamentos e o hábito incorreto da automedicação contribuem para a emergência de superbactérias, de vírus e de fungos. Dessa maneira, resoluções tradicionais podem ser improdutivas perante o dinamismo das manifestações mutagênicas dos seres vivos. É válido destacar que o clima tropical é determinante para a reincidência de certas doenças como dengue e febre amarela por exemplo. Desse modo, pesquisas demonstram que durante o verão ocorrem maiores incidências e complicações hospitalares. Portanto, a temperatura intermediária potencializa o desenvolvimento e a expansão dessas espécies. Igualmente, o saneamento básico, o abastecimento de água e a coleta de lixo são insuficientes ou inadequados nas periferias das cidades, o que aumenta as chances de manifestações epidemiológicas nestas áreas. Nesse ínterim, muitos problemas como as condições inadequadas de vida das populações carentes não foram solucionados hodiernamente. Em síntese, uma estratégia fundamental para o enfrentamento das doenças emergentes e reemergentes é o desenvolvimento de estudos sobre doenças tropicais, com envolvimento das universidades e dos institutos de pesquisa, como por exemplo Oswaldo Cruz. Destarte, o governo deve contratar mais agentes de saúde nos períodos de maiores afecções. Outrossim, é necessário que as fundações privadas ou estatais treinem os epidemiologistas brasileiros a fim de anteciparem o raciocínio para prevenções dessas patologias que renascem continuamente como a Fênix.