Título da redação:

Da Revolta à Urgência

Proposta: A volta de doenças erradicadas no Brasil

Redação enviada em 14/08/2018

Tendo em vista, hodiernamente, o retorno de antigas doenças controladas, como a febre amarela, em 2016, e o sarampo, em 2018, observa-se que há uma deficiência na prática de imunização da sociedade. Nesse contexto, evidencia-se a ineficiência do Estado em manter políticas públicas de profilaxia adequadas e, também, o papel dos pais que recusam vacinar seus filhos pela falsa sensação de erradicação completa das mazelas tradicionais, como a poliomielite. Assim, cabe analisar melhor esse quadro e como amenizá-lo. Em primeiro lugar, é importante ressaltar a relação entre a falta de investimento público em pesquisa científica e a queda na capacidade de prevenção. Essa afirmação justifica-se pelo fato de as doenças, principalmente as virais, como a dengue, apresentarem altas taxas de mutação, o que gera a necessidade constante de reavaliações nos procedimentos vacinais, a fim de que esses continuem eficientes. Nesse sentido, conecta-se o exposto pelo filósofo Thomas Hobbes, de que, a partir do desenvolvimento da ciência, ter-se-á o benefício da humanidade. Dessa forma, fica evidente a urgência de elevar os recursos destinados à academia, para que haja o aperfeiçoamento do combate a essas doenças. Por outro lado, é imprescindível destacar a função das famílias no controle epidemiológico das enfermidades historicamente controladas. Quando uma população é totalmente vacinada, a circulação dos agentes etiológicos reduz de maneira drástica devido à impossibilidade de reprodução. No entanto, ao se evitar a imunização, esses microrganismos voltam a se fortificar, fato que põe em risco toda a sociedade novamente. Nesse panorama, fica nítida a importância de os pais promoverem a vacinação de todos os membros de suas famílias. Entretanto, vale frisar que, diferentemente do início do século XX, com a Revolta da Vacina, esse processo deve ocorrer a partir da conscientização, e não da coerção. Diante disso, infere-se que o regresso de doenças outrora erradicadas deve-se à desajustada aplicação financeira em pesquisas e à falta de conhecimento sobre esse problema nos lares. Para reverter essa situação, portanto, é preciso que o Poder Executivo, em consórcio com o BNDES, capte recursos para elevar o valor das bolsas acadêmicas concedidas pelo CNPq e, também, para adquirir novos aparelhos de estudo em biologia, como microscópicos quânticos, com o fito de que a morfologia viral seja mais conhecida e a imunização possa ser mais potente. Além disso, é mister que as escolas promovam, por meio dos professores de ciências, palestras e atividades lúdicas nos dias de sábado, a fim de que os alunos e seus responsáveis tomem clareza da volta de enfermidades tradicionais e das medidas profiláticas necessárias para controlá-las. A partir dessas ações, ver-se-á a dirimição dessa problemática.