É de conhecimento geral que, durante o início do século XX no Brasil- em meados da Primeira República- os centros urbanos do país, sobretudo a cidade do Rio de Janeiro, foram cenários de intensa violência, em consequência da falta de planejamento das cidades e da miséria em que muitas pessoas viviam, Nesse viés, hodiernamente, a violência cresceu em níveis alarmantes , em razão não só da precariedade da segurança pública, mas também das mazelas que assolam o sistema carcerário nacional. No que se refere às ações de combate à violência, nota-se que os recursos enviados pelo Estado, para as instituições estaduais e municipais, não são suficientes para a manutenção do policiamento urbano, ocasionando a falta de capital para a aquisição de equipamentos de trabalho adequados e para a capacitação de profissionais da área. Ademais, é evidente que a corrupção de alguns setores do âmbito policial corrobora para a persistência da problemática, uma vez que dificulta a efetividade no controle dos delitos- realidade ilustrada na obra cinematográfica brasileira "Tropa de Elite", a qual critica a ineficiência da repressão policial, quando uma parcela do meio torna-se negligente frente ao crime. Outrossim, percebe-se que, no Brasil, paralelamente à inconsistente segurança, está a realidade de um sistema prisional despreparado para arcar com a demanda estrutural necessária para comportar o número de detentos, além de não garantir recursos para a sua reabilitação. Assim, sem condições de socialização saudável, juntamente com a ausência de apoio psicológico, os presidiários presenciam o agravamento de sua inclinação para o crime; fato observado no livro "Estação Carandiru", em que Drauzio Varella reconhece a população carcerária como uma sociedade necessitada de incentivo para se adequar ao ambiente externo novamente. Nesse sentido, urge que o Poder Executivo, por intermédio do Ministério da Segurança Pública, atue na promoção de projetos de extensão, por meio do envio de verbas governamentais, para a melhor preparação dos profissionais, sobretudo da polícia civil. É indispensável, também, o investimento nos setores prisionais do país, incluindo a melhoria dos espaços e o aumento de atividades interativas e motivacionais para os detentos, a fim de que seja possível a sua reinserção pacífica na sociedade. Dessa forma, o direito à segurança- garantido pelo artigo 144 da Constituição Federal de 1988- tornar-se-á efetivo, e o impasse poderá ser solucionado.