O caos que assola a segurança publica no Brasil não é um fato novo, mas agora voltou a preocupar com o advento dos jogos olímpicos e sua exposição para o cenário mundial. A impunidade e o sistema carcerário deficitário são fatores que até hoje não tiveram o devido cuidado das autoridades, ocasionando um aumento da violência e índices de criminalidade em geral. Hoje no Brasil o cidadão de bem se sente inseguro, as leis que deveriam gerar controle e tranquilidade estão perdendo essa função, dessa forma os bandidos já não estão intimidados, pois sabem que logo estarão soltos novamente e aptos para cometer qualquer tipo de delito. A policia vai perdendo sua autoridade e de forma errônea tenta reavê-la pela truculência. Esse cenário de impunidade coincide com o que o mapa da violência no Brasil aponta, apresentando valores maiores de 50 mil mortes; números considerados de guerra, sendo que de cada cem crimes cometidos pelo país, noventa não foram solucionados ou descobertos, ficando somente uma pequena parcela dos crimes resolvidos. Isso gera uma sensação de abandono na população que vai perdendo a credibilidade nas autoridades e em seus gestores. Outro fator responsável pelo aumento da criminalidade é a situação do sistema carcerário brasileiro. O sistema prisional deixou de ser um instrumento de recuperação e ressocialização, já que não há uma diferenciação dos infratores, permitindo com que aquele que cometeu um pequeno furto compartilhe cela com quem cometeu homicídios ou crimes piores. As prisões tornaram-se um amontoado de pessoas sem esperança de justiça e expectativa de ressocialização, e graças à morosidade da justiça brasileira, os condenados ficam a mercê do poder paralelo que foi instituído dentro das cadeias. Estudos penitenciários do King´s College da Inglaterra classificaram o Brasil como o detentor da quarta maior população carcerária do mundo, sem mencionar a falta de apoio e suporte do governo e a pouca compreensão da sociedade em acolher um ex-detento, o levando novamente para uma vida de incertezas e criminalidade. Portanto é necessária uma nova maneira de se fazer justiça no Brasil. Para que as leis sejam cumpridas deve haver uma retificação das “brechas legais” de forma que a lei seja aplicada com efetividade para todos, sem distinção de cor, raça, sexo, condição social, credo e salvo exceções, idade. As leis juntamente com suas punições retomariam a função de prevenção, resultando em tranquilidade social quando justamente aplicadas. As prisões não seriam apenas um local de exclusão e reclusão, mas sim de ressocialização e reeducação, semelhante ao que é feito com detentos em outros países, nos quais eles trabalham, produzem e ganham renda que são repassadas aos familiares, além de cuidar do próprio local em que permanecem. São projetos de parceria publico privado que reforma as penitenciarias dando uma nova dinâmica, mais humana e equilibrada, para os indivíduos que lá se encontram. Dessa forma espera-se maior inclusão social, almejando a redução dos níveis de criminalidade.