O Brasil atualmente enfrenta índices alarmantes de violência. No entanto, este fenômeno não é recente e sua origem é resultado da associação entre um estado omisso, crescimento de grandes centros urbanos, organização do tráfico e decadência do sistema prisional. Diante da situação vigente, o povo brasileiro exige a criação de políticas públicas de segurança para enfrentar a crise. O êxodo rural, principalmente nas décadas de 70-80, resultou no crescimento demográfico desordenado dos centros urbanos. A falta de infraestrutura com a omissão do Estado no fornecimento de serviços básicos tais como: saneamento, coleta de lixo, serviço de correio, transporte e saúde aliado a falta de lazer e esporte propiciou o crescimento do tráfico de drogas. A omissão do Estado foi terreno fértil para a coaptação do jovem ao crime, pois ali existia hierarquização de funções, recompensa econômica e respeito da comunidade local. Assim, a criminalidade cresceu nas comunidades e se expandiu por outras regiões dos centros urbanos. A omissão do Estado, incapaz de propiciar ambiente adequado ao jovem, se perpetuou na ineficiência de resolução dos crimes por ele cometidos e na reeducação e reinserção deste no ambiente social. Portanto, a polícia mal treinada e equipada assim como a justiça lenta e burocrática deixam livres criminosos aumentando a sensação de impunidade e insegurança. Além disso, a falência do sistema prisional agrava a crise na medida em que é mais um “depósito” de criminosos do que centro de reeducação carcerária. Então, o que vemos é que os presídios são escolas do crime e que mesmo presos, criminosos continuam a cometer crimes. O problema da violência é complexo e multifatorial. Contudo, é unanimidade que a ausência de perspectivas e de presença do Estado leva à marginalidade. Sendo assim, a presença polícia nas comunidades através da UPP (unidade de polícia pacificadora) é essencial para trazer paz e diminuição da ação de traficantes. A partir da pacificação é possível o estabelecimento de linhas regulares de transporte, instalação de centros de lazer, escolas e unidades de saúde. O ministério do esporte deve atuar em programas de incentivo ao jovem atleta e na instalação de unidades desportivas dando opções ao jovem. O Poder Legislativo, em ampla discussão com a sociedade, deve fazer a reforma do sistema prisional. Desta forma, criando a obrigatoriedade de trabalho e estudo ao preso e de apoio psicológico a este no intuito de reeduca-lo e futuramente reinseri-lo na sociedade.